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    Cabelo preso em piscina: entenda como mulher sobreviveu após quebrar coluna

    "O milagre existe e eu sou prova viva!", disse Flaviane Dias Cumerlato; caso ocorreu no início de fevereiro, no Rio Grande do Sul

    Vitor Bonetsda CNN* , São Paulo

    Flaviane Dias Cumerlato quebrou a coluna cervical após ter o cabelo preso pelo sugador de uma piscina, em uma casa alugada, na cidade de Capão da Canoa, no Rio Grande do Sul. O acidente ocorreu no dia 1º de fevereiro e foi “um dia feliz que se transformou em um pesadelo”, segundo a mulher em suas redes sociais.

    A empresária contou que brincava com os filhos na piscina minutos antes do acidente. As crianças saíram da piscina e ela foi mergulhar. Nesse momento, o sugador da piscina, sem proteção, prendeu o cabelo dela e a puxou com uma força “inexplicável”.

    O movimento brusco quebrou as vértebras C5, C6 e C7 da coluna cervical, parte superior da coluna conhecida popularmente como pescoço. A proximidade da lesão com a medula cervical quase deixou a mulher tetraplégica, de acordo com médicos.

    Após puxar o cabelo com as próprias mãos, ela conseguiu tirar um pouco da cabeça pra fora d’água — o suficiente para pedir socorro para o marido. Luca, o marido, conseguiu salvá-la, mas Flaviane relatou que, no primeiro momento, ele pensou que se trava de uma brincadeira.

    “Nós pensamos que o pior tinha passado, mas ai descobrimos que eu não conseguia mais me mexer. Eu gritava com muita dor e pedi para que ele chamasse uma ambulância”, disse Flaviane. A empresária ainda descobriu que havia perdido o movimento do braço direito.

    A mulher foi levada para um hospital local por uma equipe do Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu), já com um colar cervical e dias depois foi encaminhada para o Hospital Divina Providência, em Porto Alegre (RS).

    A empresária disse que precisou passar por cirurgia e que o procedimento bem sucedido. A operação aconteceu no dia 7 de fevereiro e completou um mês nesta sexta-feira (7). Flaviane disse que os médicos avisaram ela que os primeiros 3 meses seria de restrição em algumas coisas, como dirigir e andar de carro.

    Ela recebeu alta do hospital quatro dias após a cirurgia e publicou nas redes sociais a notícia, com a legenda: “Estou de alta!!! Levantando o braço que não mexia, para dizer que o milagre existe e eu sou prova viva! Toda honra e toda glória a Ti, meu Deus!”

    Flaviane busca por justiça

    Após o acidente, Flaviane procurou a proprietária da casa alugada, que respondeu somente com “sinto muito e melhoras”, o que a torna negligente, segunda a vítima.

    Além disso, Flaviane ainda sugeriu o reembolso do valor pago pelo aluguel da casa, mas a dona negou o pedido. Em publicação nas redes sociais, a empresária ainda citou uma lei que obriga o uso de proteção nos sugadores da piscina.

    A  Lei nº 14.327/2022, que determina normas para que a segurança em piscinas, desde a fabricação até o funcionamento, seja garantida. Segundo a legislação, “é obrigatório para todas as piscinas e similares, existentes e em construção ou fabricação no território nacional, o uso de dispositivos de segurança aptos a resguardar a integridade física e a saúde de seus usuários, especialmente contra o turbilhonamento, o enlace de cabelos e a sucção de partes do corpo humano”.

    Processo lento de recuperação

    A vítima conta que se recupera do acidente de modo lento e gradual. A empresária segue com acompanhamento médico, fisioterapêutico e psicológico. O trauma a deixou com crise de pânico.

    As lesões no pescoço ainda limitam seus movimentos e, por isso, está afastada das suas atividades diárias.

    O que esperar pro futuro

    “Eu espero que meu relato possa salvar outras vidas. Se meu relato salvar uma única vida que seja, tudo o que eu enfrentei terá valido a pena”, disse Flaviane em entrevista exclusiva à CNN.

    Além disso, a empresária diz que espera recuperar os movimentos o quanto antes possível.

    Atualmente, ela conta que ainda não consegue levantar a cabeça, nem olhar para o lado direito, além de ter algumas limitações de movimento e os dedos estarem dormentes, como se tivesse uma “câimbra”, constante no local.

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