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    Bolo envenenado: marido cogitava separação de acusada, mas filho “segurou”

    Em depoimento à Polícia Civil, obtido pela CNN, Diego dos Anjos diz que relacionamento com Deise piorou após morte do sogro; esposa é acusada de colocar arsênio na farinha do bolo de reis que matou três em Torres (RS)

    Gabriela MilaneziAndré Rigueda CNN

    Em depoimento à Polícia Civil, obtido pela CNN, Diego dos Anjos, marido de Deise dos Anjos, acusada de envenenar um bolo de reis em Torres (RS) que matou três pessoas, afirmou que cogitava a separação, principalmente depois da morte do pai, Paulo Luiz dos Anjos.

    Segundo a Polícia Civil, Deise também foi a responsável pela morte de Paulo, três meses antes do episódio do bolo, ao envenenar o leite em pó que o sogro tomou durante o café da manhã. Diego, inclusive, pensava que ele tinha causado a morte do pai ao oferecer uma “banana da enchente”.

    “Que após o óbito de seu genitor, o relacionamento piorou e o casal passou a cogitar a separação”, consta no depoimento de Diego. “Que nunca chegou a falar claramente à Deise que gostaria de separar, apenas pensava na dinâmica de como seria as questões que envolvessem a separação… De certa forma, ‘o filho segurou o casamento’.”

    Ainda no depoimento, Diego contou que a esposa tinha instabilidades. “Deise sempre foi briguenta, se irritando constantemente com situações pequenas com as outras pessoas”, relatou o marido à polícia.

    “Deise vai do 8 ao 80 muito rápido”, disse Diego aos policiais.

    Sobre o bolo envenenado, a polícia acredita que Deise tinha como principal alvo a sogra, Zeli dos Anjos. Ela foi a responsável pelo preparo do bolo de reis, e afirmou também em depoimento que fez o preparo no dia 23 de dezembro, e achou “a farinha estranha”.

    Perícia faz análise no bolo envenenado de Torres para encontrar arsênio • Sofia Villela/IGP/RS

    Segundo a polícia, Deise colocou arsênio na farinha utilizada no bolo.

    O marido ainda relatou sobre um desentendimento com Deise ocorrido no dia 21 de novembro de 2024. “Deise queria que Zeli passasse o Natal com eles (ela, marido e filho), sendo que a sogra queria passar a data com as irmãs dela”, consta no depoimento.

    Naja

    Também em depoimento, a sogra contou um histórico de desavenças e que descobriu que era “chamada de Naja” pela nora.

    “Soube somente agora, através da cunhada Regina, que era chamada assim”, consta no depoimento de Zeli. “Deise se referiu à depoente (Zeli) como ´Naja’ para Regina”.

    Ainda segundo depoimento da sogra, Deise nunca a chamou de “Naja” pessoalmente, em referência à serpente.

    Ela, contudo, afirmou que Deise tinha ciúmes e “copiava seu jeito de vestir, de se arrumar, comprava sapatos e acessórios iguais”.

    Família

    Deise, o marido (Diego, filho de Zeli) e o filho moram em Nova Santa Rita. A sogra tem residências em Canoas e Arroio do Sal. O Natal onde ocorreu a tragédia foi no apartamento de Maida (irmã de Zeli), em Torres.

    Além de Maida, outra irmã de Zeli, Neuza, morreu na madrugada do dia 24 de dezembro depois de ingerir o bolo com arsênio. Tatiana, sobrinha, morreu após ser hospitalizada, no dia 25.

    Arte mostra quem é quem no caso do bolo envenenado • CNN

    O sobrinho-neto, Matheus, e a sogra, Zeli, foram hospitalizados e receberam alta posteriormente.

    Fotos – veja quem é quem na história

    Morte do sogro

    A polícia também constatou que antes do bolo, Deise matou o sogro, Paulo Luiz dos Anjos, também com arsênio, só que colocado no leite em pó.

    A acusada foi presa em 5 de janeiro.

    “Deise permanece recolhida com prisão temporária, a investigação segue, e conforme decisão judicial, ainda restam diligências a serem realizadas para a elucidação dos fatos no inquérito”, informou a defesa.

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