Pesquisa: 7 em 10 paulistanos são a favor do serviço de mototáxi
Prefeitura e empresas de aplicativos de transporte travam disputa judicial sobre o tema
Uma pesquisa do Instituto Locomotiva apontou que 72% dos paulistanos são a favor do serviço de mototáxi na cidade de São Paulo.
Segundo o levantamento, o intuito da pesquisa é entender a opinião da população da capital paulista sobre o serviço de transporte de passageiros em moto, por aplicativos na cidade.
Os dados são de uma pesquisa quantitativa do Locomotiva que entrevistou 2.048 pessoas, homens e mulheres, acima dos 18 anos, entre os dias 17 e 20 de janeiro deste ano, na capital. A pesquisa foi encomendada pela 99 e tem margem de erro de 2,2 pontos percentuais.
As entrevistas relevaram que 7 em cada 10 moradores da cidade de São Paulo são favoráveis à oferta do serviço na cidade, cerca de 6,5 milhões de paulistanos. Sendo sua maioria: negros, entre 18 e 29 anos, moradores da periferia e que utilizam o transporte público.
Veja outros recortes da pesquisa:
Já andou de moto:
- 16%, já andou de moto como piloto, conduzindo;
- 50%, já andou de moto como passageiro, carona;
- 9%, já andou de moto como piloto e como passageiro;
- 24%, nunca andou de moto.
Alternativa para chegar mais rápido em locais:
- 59%, concorda totalmente;
- 21%, concorda parcialmente;
- 10%, não concorda, nem discorda
- 4%, discorda parcialmente;
- 6%, discorda totalmente.
Benéfico para quem mora em lugares afastados:
- 30%, concorda totalmente;
- 20%, concorda parcialmente;
- 11%, não concorda, nem discorda
- 3%, discorda parcialmente;
- 6%, discorda totalmente.
Mototáxi em São Paulo
O serviço de mototáxi foi lançado na terça-feira (14), quando a operação da 99Moto foi disponibilizada pela empresa. A modalidade foi disponibilizada sem diálogo estabelecido com a Prefeitura de São Paulo.
O município paulistano proibiu que motos transportassem passageiros com remuneração por aplicativo e notificou a 99, que tinha até as 18h do mesmo dia para tomar uma posição sobre a determinação de exclusão do serviço de mototáxi da sua plataforma, que se recusou a encerrar os serviços dentro da plataforma.
Na última quarta-feira (22), a Prefeitura abriu uma notícia-crime contra a empresa 99 e solicitou que as medidas tomadas sejam estendidas à Uber, depois da empresa de transporte também disponibilizar o serviço na cidade.
Em nota, a Secretaria Municipal de Mobilidade Urbana e Transporte (SMT) frisou que o transporte de passageiros remunerado por motos via aplicativo é proibido por um decreto municipal de 2023.
“A atividade, portanto, é feita sem autorização do município e é considerada clandestina, conforme as leis 15.676/2012 e 16.344/2016. Desde o início das operações, em 15 de janeiro, até a manhã desta segunda-feira (27), já foram apreendidas um total de 326 motocicletas. Para estabelecer a proibição desse tipo de transporte na capital, a Prefeitura se baseou em dados concretos sobre o aumento de sinistros, mortes e lesões com o uso de motocicletas na cidade. O crescimento de sinistros e mortes é proporcional ao da frota, que teve um salto de 35% nos últimos dez anos (833 mil em 2014 para 1,3 milhão em 2024). O número de mortes cresceu 20% de 2023 (403 óbitos) para 2024 (483 óbitos), mesmo com a Faixa Azul e outras medidas de segurança adotadas pela Prefeitura”, completa a nota.