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    Estourar vidro de carro: TJSP tipifica ação como roubo; entenda decisão

    Entre janeiro e outubro de 2024, mais de 138 mil casos de roubo ou furto de celulares foram registrados, na capital paulista

    Beto Souzada CNN

    Uma decisão proferida pelo Tribunal de Justiça de São Paulo têm potencial para mudar a interpretação e a jurisprudência desse tipo de crime.

    A 7ª Câmara de Direito Criminal do Tribunal de Justiça de São Paulo condenou um homem a quatro anos e oito meses de reclusão por roubo de celular, após ele quebrar o vidro do carro de uma vítima parada em sinal vermelho.

    Embora o crime tenha sido inicialmente tipificado como furto, a relatora do recurso, Isaura Cristina Barreira, argumentou que a quebra violenta do vidro e a proximidade física configuram grave ameaça, caracterizando o roubo. A decisão foi unânime entre os desembargadores.

    Quando um tribunal estabelece um entendimento majoritário sobre uma matéria, os demais julgadores passam a invocar essa jurisprudência. Contudo, para que essa decisão se torne jurisprudência, ela precisa ser reiterada em outros casos semelhantes, criando um precedente.

    Sobre a decisão

    A decisão do TJSP reforça a tese de que o rompimento violento do vidro de um veículo para roubar um celular, mesmo sem agressão física direta, configura grave ameaça e caracteriza o crime de roubo, e não de furto.

    A interpretação da corte se deve ao entendimento de que a ação violenta e a invasão do espaço do veículo causam grande temor à vítima, o que se enquadra no conceito de violência implícita.

    A decisão pode levar a penas mais severas para esse tipo de crime, uma vez que o roubo tem uma pena maior do que o furto. No caso em questão, o réu teve sua condenação por furto de celular modificada para roubo de celular, com a pena aumentada para 4 anos e 8 meses de reclusão em regime fechado.

    Roubos e furtos de celulares na capital paulista

    De acordo com dados oficiais do Painel de Transparência da Secretaria de Segurança Pública de São Paulo (SSP-SP), entre janeiro e outubro de 2024, mais de 138 mil casos de roubo ou furto de celulares foram registrados, na capital paulista.

    Os números mostram que a média mensal foi superior a 13.800 furtos e roubos de celulares na cidade de São Paulo.

    CNN entrou em contato com a SSP-SP para saber o que tem sido feito para coibir esse tipo de roubo na cidade de São Paulo, que enviou a seguinte nota:

    “A Secretaria da Segurança Pública (SSP) tem alcançado resultados expressivos na redução da criminalidade por meio de investimentos em inteligência policial, operações integradas e reforço do efetivo nas ruas. Operações como Mobile e SpeedBike, focadas no combate a roubos e furtos de celulares, têm sido fundamentais para esses avanços.

    Entre janeiro e outubro de 2024, a operação Mobile vistoriou 1.194 estabelecimentos, apreendeu 5.278 celulares e resultou na detenção de 360 infratores. No período, 1.773 aparelhos foram devolvidos às vítimas. As ações contribuíram para a redução de 18,9% nos casos de roubos e furtos de celulares na cidade de São Paulo em comparação com o mesmo período de 2023″.

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