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    Vídeo mostra professor dando “rasteira” em aluno autista em escola do Rio

    O caso ocorreu em 2024, e a mãe teve acesso às imagens durante a audiência realizada no mês passado

    Camile Coutocolaboração para a CNNThomaz Coelhoda CNN* , no Rio de Janeiro

    Um caso de agressão dentro de uma sala de aula na zona Oeste do Rio de Janeiro gerou revolta após a divulgação de imagens que mostram um professor agredindo um aluno de 11 anos, do espectro autista durante uma atividade escolar. O episódio ocorreu em setembro de 2024, mas só veio à tona recentemente, quando a mãe do menino, Joyce Siqueira, teve acesso às gravações seis meses depois, durante uma audiência judicial.

    Segundo relato da mãe, foi o próprio filho quem contou o que havia acontecido. “Meu filho falou o que aconteceu e eu imediatamente entrei em contato com a escola. A postura da escola foi ficar omissa. Eles ficaram totalmente omissos”, afirma Joyce.

    As imagens das câmeras de segurança mostram o aluno enfrentando dificuldades para realizar um exercício durante atividade física. O professor sugere que ele use uma bola para treinar, mas, ao pedir o objeto aos colegas, é ignorado. Frustrado, o menino chuta a bola. Em seguida, uma das alunas dá um tapa em sua cabeça, o que inicia uma confusão. É nesse momento que o professor aparece nas imagens dando uma rasteira no menino, derrubando-o no chão e o imobilizando pelo pescoço, segundo a denúncia.

    Em nota, o Centro Educacional Meireles Macedo informou sobre o desligamento do educador: “O professor deixou de fazer parte do nosso corpo docente, por entendermos que a conduta adotada era incompatível com os princípios pedagógicos. Além disso,
    todas as medidas legais necessárias foram providenciadas.”, diz o comunicado.

    A mãe da criança relata que o caso teve um impacto emocional profundo para o menino.

    “Após o ocorrido, ele começou a apresentar comportamentos agressivos, passou a bater com a cabeça na parede e foi afastado do ambiente escolar por orientação médica.” contou à CNN.

    Atualmente, a criança está matriculada na rede municipal em regime de ensino domiciliar, recebendo atendimento pedagógico uma vez por semana.

    A psicóloga Carolina Salviano, mestre em psicologia e analista do comportamento, reforça a importância de profissionais capacitados na inclusão de alunos com necessidades específicas.

    “A criança precisa ter um ambiente acolhedor, com bem-estar e segurança. Quando o espaço se torna aversivo, ela não só passa a responder ao mundo de forma agressiva, como também rejeita o ambiente escolar e o processo de ensino como um todo. É preciso motivar a criança com estratégias adaptadas, manejo comportamental e reforço positivo. O papel do educador é fundamental para prevenir comportamentos desafiadores e promover a inclusão real.”, ressaltou a especialista.

    O caso foi inicialmente registrado na 35ª Delegacia de Polícia (Campo Grande) e posteriormente transferido para a 43ª DP (Sepetiba). As imagens só foram liberadas para a mãe no fim de março deste ano, durante uma audiência relacionada ao caso.

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