Presos em operação na Maré extorquiam empresários como fonte de renda
Criminosos também atuavam no Espírito Santo e tinham ligação com Terceiro Comando Puro (TCP)
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Os criminosos presos durante uma operação conjunta entre a Polícia Civil do Espírito Santo e a Polícia Militar do Rio de Janeiro, na manhã desta quarta-feira (29), tinham como principal fonte de renda a extorsão de empresários provedores de serviços. Um deles tinha ligações com os chefes do Terceiro Comando Puro (TCP) em Vitória, no Espírito Santo.
Segundo a PCES, Bruno Gomes de Faria e Luan Gomes de Faria, conhecidos como irmãos Vera, que foram apontados como chefes da facção no Espírito Santo, bem como Marcos Luiz Pereira, vulgo “MK”, extorquiam empresários de provedores de internet e de serviços de gás e água.
A operação prendeu três pessoas no Espírito Santo, sendo um deles preso em flagrante por tráfico de drogas. Outras três foram presas, no Complexo da Maré, na capital fluminense.
As empresas, que tinham seus donos extorquidos, só podiam atuar nas áreas dominadas pelo TCP mediante pagamento de uma mensalidade, que poderia chegar a R$ 10 mil.
As investigações comprovaram que um dos empresários, atuante no ramo de internet, passou a danificar os cabos de conexão das empresas rivais e obrigava moradores locais a aderir seus serviços. O empresário era familiar de Luan, um dos irmãos Vera, e foi um dos presos na capital do Espírito Santo.
“A partir deste momento, as investigações deixam claro que a facção se torna uma espécie de sócia desse empresário. Uma central de internet chegou a ser desativada no Morro da Garrafa, em Vitória”, apontou o delegado Alan Moreno de Andrade, coordenador do Centro de Inteligência e Análise Telemática (Ciat).
Para que os valores fossem lícitos, a facção utilizava contas bancárias, incluindo de uma lotérica, além de uma instituição financeira irregular, que funcionava dentro do Complexo da Maré, no Rio de Janeiro, comunidade alvo da operação no Rio de Janeiro.