MP busca prender investigados por “tribunal do crime” no Rio de Janeiro
Investigação aponta que vítimas teriam sido "julgadas" pelo tribunal do crime e executadas com "extrema crueldade"
O Ministério Público do Rio de Janeiro faz uma operação para prender investigados pela prática de um “tribunal do crime” em Arraial do Cabo, na Região dos Lagos, na manhã desta quinta-feira (10).
A ação busca cumprir 10 mandados de prisão e 18 de busca e apreensão nas cidades de Cabo Frio, Belford Roxo, Arraial do Cabo e na capital fluminense.
A Operação Monte Alto é coordenada pela Promotoria de Justiça de Arraial do Cabo e da Coordenadoria de Segurança e Inteligência (CSI/MPRJ), em conjunto com o 25º (Cabo Frio) e o 39º (Belford Roxo) Batalhões de Polícia Militar e a 132ª Delegacia de Polícia (Arraial do Cabo).
O objetivo da operação é desmantelar o “tribunal do crime” praticado em Monte Alto, em Arraial do Cabo. Segundo o MPRJ, os suspeitos são o chefe do tráfico de drogas da região e os principais executores dos homicídios investigados.
A Promotoria de Justiça também aponta que os criminosos também seriam responsáveis pela realização da chamada “prova dos cem” — um inquérito informal, conduzido pela facção, para decidir se a vítima merece ser executada, com base em supostos delitos cometidos. Outros alvos identificados atuariam como colaboradores diretos do tráfico de drogas.
A ação desta quinta é resultado da junção de quatro inquéritos policiais diferentes relacionados a atos violentos do grupo criminoso. Três deles apuram homicídios contra moradores da região, que teriam desobedecido às normas impostas pela facção.
Segundo o MPRJ, as vítimas teriam sido “julgadas” pelo tribunal do crime e executadas com “extrema crueldade”. As investigações ainda revelaram que os corpos eram ocultados e destruídos para dificultar a identificação e a elucidação dos crimes.
Além disso, um dos inquéritos apura uma tentativa de homicídio contra policiais militares, que foram alvos de disparos efetuados pelos criminosos enquanto faziam patrulhamento na região.
As ordens judiciais cumpridas nesta quinta foram expedidas pelo Juízo da Vara Única de Arraial do Cabo.
