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    Médicos são investigados por esquema de plantões fraudulentos em Minas Gerais

    Crimes cometidos por profissionais do corpo clínico e da administração do Hospital Casa de Caridade Leopoldinense, conveniado ao SUS, causaram graves riscos à saúde dos pacientes 

    Juliana Bernardinoda CNN* , em São Paulo

    O Ministério Público de Minas Gerais (MPMG) deflagrou, na manhã da última quinta-feira (20), a segunda fase da Operação Onipresença, que investiga um esquema de plantões fraudulentos cometidos por profissionais do Hospital Casa de Caridade Leopoldinense, em Leopoldina (MG), a aproximadamente 320 quilômetros de Belo Horizonte.

    De acordo com o MPMG, os crimes cometidos por médicos do corpo clínico e funcionários da administração da unidade de saúde causaram graves riscos à saúde e à vida dos pacientes atendidos no hospital, que é conveniado ao Sistema Único de Saúde (SUS).

    Na última quinta-feira, foram cumpridos quatro mandados de busca e apreensão e um mandado de prisão temporária na cidade. Uma médica, apontada como uma das líderes do esquema, foi presa.

    A primeira fase da operação foi realizada em 12 de dezembro.

    Na ocasião, quatro pessoas foram presas e seis profissionais foram afastados. Além disso, foram expedidos 20 mandados de busca e apreensão em dois hospitais e uma clínica de anestesiologia em Leopoldina e Além Paraíba.

    Segundo as investigações, a quadrilha fraudava plantões simultâneos em locais e hospitais distintos e realizava cirurgias eletivas (procedimento cirúrgico programado não urgente) nos dias de plantões de urgência.

    A distância entre o Hospital Casa de Caridade Leopoldinense, em Leopoldina, e o Hospital São Salvador, localizados em Além Paraíba, é de 55 quilômetros.

    Os profissionais são investigados pelos crimes de:

    • Peculato (delito cometido por um funcionário público que se apropria de dinheiro público);
    • Esquema de manipulação de escalas médicas, cirurgias simultâneas/sequenciais e cirurgias eletivas durante o plantão SUS, com a prática do crime de falsidade ideológica;
    • Expor a perigo a vida ou a saúde de outrem;
    • Associação criminosa.

    Ainda de acordo com o MPMG, as investigações revelaram as práticas de fraudes, ocultação de erros médicos e subtração de materiais necessários para a realização de cirurgias.

    Além disso, segundo o Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco), há concretas informações dando conta de que parte dos profissionais realizou, direta ou indiretamente, contatos com potenciais testemunhas e demais suspeitos, com o intuito de interferir na produção das provas.

    Em nota, o Hospital Casa de Caridade Leopoldinense os funcionários envolvidos no esquema prestavam serviços à unidade por meio de uma empresa terceirizada.

    “A Casa de Caridade Leopoldinense reafirma seu compromisso com a transparência, com o esclarecimentos dos fatos e com a plena colaboração junto ao MPMG e à Justiça. Nossa prioridade é manter o funcionamento normal do hospital, assegurando o atendimento à população de Leopoldina e região, cumprindo a missão de oferecer serviços de saúde de qualidade.” 

    A operação foi realizada pelo Gaeco em conjunto com a Coordenadoria Regional das Promotorias de Justiça de Defesa da Saúde da Macrorregião Sanitária Sudeste e com a Promotoria de Justiça de Defesa da Saúde de Leopoldina.

    *Sob supervisão de Bruno Laforé

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