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    SP: moradores e empresários do Centro defendem fechamento da Av. São João aos domingos

    Medida depende de consulta pública e avaliação da Prefeitura da capital paulista

    Duda Cambraiada CNN

    Em entrevista à CNN nesta sexta-feira (8), o hoteleiro Fabio Redondo, vice-presidente da associação Pró Centro, que representa moradores e empresários da região central de São Paulo, falou sobre a decisão de incluir a avenida São João no Programa Ruas Abertas.

    “A Avenida São João é o eixo natural entre Anhangabaú e Minhocão, dois parques ocupados pela população e muito usados no final de semana para práticas de esporte”, defendeu ele.

    Caso a medida seja adotada pela Prefeitura, após realização de consulta pública, a via passaria a ser fechada para carros aos domingos e feriados, como o que ocorre na Avenida Paulista, por exemplo.

    “A ideia seria trazer esse público para visitar a região central, tanto o centro novo, quanto o centro velho, através da ligação da avenida”, afirma o empresário.

    Fabio é dono de sete hotéis no centro de São Paulo, rede tradicional de hotelaria que existem desde 1964. Mesmo com os episódios de violência, o hoteleiro conta que novembro foi um dos melhores meses para o negócio.

    “Novembro a gente teve diversos shows na cidade, shows internacionais, e foi o melhor mês depois da pandemia. A região central é a região mais procurada por turistas em qualquer lugar do mundo, queremos que as pessoas continuem vindo para cá”, afirma.

    Policiamento na região

    Fabio percebe um aumento de policiamento na região nos últimos meses, mas acredita que não seja a única solução.

    “O grande problema é que essas gangues são muito dinâmicas e acabam migrando de um local para outro, por mais que se tenha o policiamento, o ideal era que essas gangues fossem presas e devidamente punidas. A gente vê os mesmos ladrões voltando para as ruas meses depois ou sequer ficam presos”

    Em entrevista à CNN, o economista Lucas Carvalho, que mora no centro de São Paulo há 12 anos, conta que os criminosos não se intimidam com o policiamento na região. “Se tem a polícia na esquina, na outra esquina eles já não têm medo de fazer um furto ou um roubo”.

    “A gente se sente inseguro na rua, por mais que tenha policiamento, o bandido não tem medo das punições”.

    O economista relata que já foi assaltado na região e hoje vive uma rotina completamente diferente para evitar as ruas mais perigosas. “Eu tenho a opção de descer no metrô República e ir a pé para minha casa, mas desço na estação São Bento por ser mais movimentado. Não passo por ali nem que me pague”.

    O morador percebe um aumento da criminalidade durante os finais de semana. “Se você sentar na calçada, de dia ou de noite, você vai ver furtos. É uma coisa realmente recorrente”.

    “Eles (criminosos) não precisam, necessariamente, portar algum tipo de arma, só o fato deles estarem em bandos, eles já se sentem com propriedade para roubar alguém. Pela proximidade com a Cracolândia, tem uma mistura de pessoas que roubam com as pessoas viciadas, o que deixa a região muito perigosa”.

    Ataque ao Bar Brahma

    O famoso Bar Brahma, localizado há 75 anos na esquina da Avenida Ipiranga com a Avenida São João, foi alvo de ataques e de vandalismo na tarde do último domingo (3). No vídeo, que viralizou nas redes sociais, é possível ver pelo menos dez homens arremessaram pedras e objetos no estabelecimento, quebrando janelas e derrubando mesas.

    Um deles arremessa um cone, que fica preso na porta do bar. Um carro estacionado na frente do restaurante também foi atacado e teve seus vidros quebrados.

    Segundo informações da Secretaria de Segurança Pública, a Polícia Militar foi acionada para o local após uma tentativa de assalto, onde a vítima reagiu e imobilizou o criminoso. Os demais criminosos da quadrilha então começaram o ataque até que o homem detido fosse liberado.

    O que diz a Secretaria de Segurança Pública

    A Secretaria de Segurança de São Paulo disse que reforçou o policiamento na região no início de 2023 e que mais de 5 mil criminosos foram presos no centro da cidade somente este ano.

    Veja o posicionamento completo da pasta:

    “A região central é uma das prioridades da SSP, e desde o começo do ano o policiamento foi reforçado com 120 policiais militares que atuam diariamente na Operação Impacto-Centro, com a Operação Resgate e AC35 da Polícia Civil e com a atividade delegada.

    Além disso, a SSP passou a realizar, desde setembro, o tornozelamento de infratores soltos em audiência de custódia na Capital e assinou um Termo de Cooperação com o Poder Judiciário que facilitará a identificação e comunicação, pelos policiais ao Poder Judiciário, dos criminosos que descumprem as condições de penas ou medidas alternativas nas ruas do Estado.

    Desde julho, já foram identificados e comunicados ao Poder Judiciário mais de 250 casos na região central. Este reforço resultou no aumento das prisões e apreensões neste ano em relação ao ano passado.

    De janeiro a outubro deste ano, as polícias prenderam 5.455 criminosos na região central (aumento de 28%), apreenderam 114 armas de fogo (aumento de 39%) e 1,5 tonelada de drogas (aumento de 244%).

    Em relação aos crimes praticados, o aumento das ações e presença policial resultou na reversão de seguidas altas em 2022 para quedas em roubos e furtos desde abril deste ano. Em toda a região central, as quedas de 6% de furtos e de 15% de roubos desde abril resultaram em 4856 vítimas a menos de roubos e furtos quando comparados aos crimes registrados no mesmo período do ano passado.”