SP cobra governo federal pela adoção imediata do passaporte da vacina
Instituto Butantan encaminhará solicitação à Anvisa para uso da Coronavac em crianças de 3 a 11 anos, anuncia governo estadual
O governo de São Paulo cobrou, nesta quarta-feira (8), que o governo federal adote a exigência do passaporte da vacina para as pessoas que chegam ao Brasil.
Em coletiva de imprensa no Palácio dos Bandeirantes, o governador João Doria anunciou que foi encaminhado um ofício ao Ministério da Saúde pedindo a implementação imediata da necessidade de comprovar vacinação contra a Covid-19 aos viajantes que entram no país.
“Temos o maior porto da América Latina e o maior aeroporto da América do Sul. São Paulo é a maior entrada de estrangeiros do país, recebendo mais de um terço dos voos internacionais que chegam ao Brasil”, declarou Doria.
“Não há razão para o governo negar ou não avançar, exceto por razão politica ou ideológica, pois razão de saúde não há”, complementou.
O secretário estadual de Saúde, Jean Gorinchteyn, argumentou que “todos os países que tem a importância no enfrentamento da pandemia fazem essa exigência para todos que ingressam”. “Temos que seguir esse mesmo rito. Só dessa maneira faremos o controle adequado nas nossas fronteiras”, disse.
O coordenador do Centro de Contingência da Covid-19 em São Paulo, Paulo Menezes, destacou que ainda não há informações suficientes sobre a nova variante Ômicron do coronavírus. “Entendemos que o passaporte vacinal reduz a probabilidade de que novas variantes transitem de um local para o outro”, afirmou Menezes.
Vacinação de crianças
O governo paulista também anunciou que o Instituto Butantan encaminhará à Anvisa a solicitação para aplicar a vacina Coronavac em crianças de 3 a 11 anos. “São Paulo reservou 12 milhões de doses da Coronavac para essa aplicação”, disse Doria.
O governador destacou que China, Filipinas, Malásia, Chile e Equador já aplicam o imunizante contra Covid-19 produzido pela Sinovac nessa faixa etária. “O Butantan entende que é hora de iniciar a vacinação de crianças no Brasil”, afirmou.
O diretor do Instituto Butantan, Dimas Covas, declarou que a Coronavac “é a vacina mais segura para essa população [crianças de 3 a 11 anos]”. Ele argumenta que, especialmente nessa faixa etária, há menos reações adversas e uma resposta acentuada em relação a produção de anticorpos.
“A China anunciou que vacinará a população infantil até o final desse ano. Países vizinhos, como o Chile, começaram a vacinação em setembro. É um movimento que se estende com o uso dessa vacina”, disse Dimas.
“Nós ofertamos ao Ministério da Saúde, na semana passada, 15 milhões de doses, exatamente prevendo a necessidade do uso dessa vacina nessa população”, complementou.
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