SP abre mão de verba para material didático e usará só livro digital a partir do 6º ano
Em nota, a Secretaria de Educação afirmou que "permanece ativa no Programa Nacional do Livro e do Material Didático (PNLD) para a distribuição de livros literários"
A partir de 2024, o governo de São Paulo não irá receber livros didáticos físicos do Programa Nacional do Livro e do Material Didático (PNLD).
Dessa forma, as escolas estaduais terão, a partir do 6° ano do ensino fundamental, apenas o uso de material 100% digital enquanto o material físico ficará limitado aos anos escolares iniciais.
Em nota, a Secretaria de Educação afirmou que “permanece ativa no Programa Nacional do Livro e do Material Didático (PNLD) para a distribuição de livros literários”.
“A Educação de SP possui material didático próprio alinhado ao currículo do estado e usado nas 5,3 mil escolas, mantendo a coerência pedagógica. Para os anos iniciais, material digital com suporte físico; nos anos finais e ensino médio, material 100% digital”, completou.
A Associação Brasileira de Livros e Conteúdos Educacionais (Abrelivros), entidade que reúne as editoras de livros escolares, se manifestou contra a iniciativa do governo paulista de abrir mão da verba destinada do Fundo Nacional de Desenvolvimento da Educação.
“A decisão afeta cerca de 1,4 milhão de alunos e 100 mil professores do Ensino Fundamental II (6º ao 9º ano), de 3.818 escolas estaduais de São Paulo, que receberiam gratuitamente quase 10 milhões de livros através do PNLD; e outros 1,3 milhão de alunos do Ensino Médio, de 3.765 escolas”, afirma.
A Abrelivros disse também que ” há uma dicotomia entre os livros do PNLD e os materiais próprios da rede de São Paulo, que coexistem e se complementam harmoniosamente há anos”.
“Não há qualquer prejuízo à coerência pedagógica do sistema de ensino ao se disponibilizar mais material educativo de qualidade para alunos e professores. E isso sem qualquer investimento financeiro por parte do Estado de São Paulo”, completa.
Em nota, o Ministério da Educação afirmou que a “permanência no programa é voluntária, de acordo com a legislação”, e que o “MEC segue de portas abertas ao diálogo e à cooperação junto a estados e municípios, sempre cumprindo o papel de articulação dos entes para a construção de uma educação pública, gratuita e de qualidade para os estudantes brasileiros”.