Sobe para nove o número de mortos em operação da polícia em comunidades do Rio
Segundo a PM, as ações se estenderam a outras comunidades da região metropolitana e tiveram como objetivo capturar lideranças da facção criminosa Comando Vermelho
Subiu para nove o número de suspeitos que morreram durante operação da Polícia Militar na tarde desta terça-feira (27) no Complexo do Alemão e da Penha, na Zona Norte do Rio.
Dos nove mortos, sete morreram em confronto com a PM, sendo em São João de Meriti, na Baixada Fluminense, e na comunidade do Flexal, na Zona Norte. Os outros dois foram baleados e socorridos, mas não resistiram.
Em nota, a PM declarou que “ao longo desta terça-feira (27), as Secretarias de Estado de Polícia Militar e de Polícia Civil desencadearam uma ampla operação com foco nos Complexos de Comunidades do Alemão e da Penha, na Zona Norte da cidade do Rio. Outras comunidades que margeiam a região também estiveram no cronograma de ações, como as do Flexal (Inhaúma), Engenho da Rainha, Juramentinho e IPASE (Vicente de Carvalho), Guaporé, Tinta e Quitungo (Brás de Pina e Cordovil)”.
Agentes do Comando de Operações Especiais, o COE, de unidades dos 1º e 2º Comandos de Policiamento da Área (CPAs) e da Coordenadoria de Polícia Pacificadora (CPP) também participaram da ação.
O objetivo da ação é capturar lideranças da facção criminosa, que, segundo a PM, promove a maioria dos conflitos armados e tentativas de expansão territorial na capital e no interior do estado. Houve relatos de trocas de tiros.
No Complexo da Penha, um policial do Batalhão de Polícia de Choque (BPChq) foi atingido no braço e socorrido ao Hospital Central da Polícia Militar (HCPM), no Estácio. O estado de saúde dele é estável.
Perto da Vila Cruzeiro, que faz parte do Complexo, PMs foram atacados a tiros por criminosos que saíam da comunidade em um veículo. Houve confronto e os policiais conseguiram apreender uma pistola e 31 tabletes de maconha. Os bandidos fugiram a pé.
Nos acessos ao Complexo do Alemão, ruas foram fechadas. Já no interior das comunidades, homens do Comando de Operações Especiais (COE) precisaram remover barricadas para avançar com o policiamento. Até sofás e pneus tinham sido colocados no caminho. Na comunidade Nova Brasília, que faz parte do conjunto de favelas, criminosos atearam fogo em veículos para tentar impedir a chegada dos PMs. Após apagar as chamas, os carros foram removidos.
Durante a ação, o Batalhão de Operações Especiais (BOPE) encontrou um esconderijo utilizado pelos criminosos em uma área de mata. O local foi destruído pelos agentes.
Também no interior do Alemão, na comunidade da Nova Brasília, criminosos armados atiraram contra o BOPE e houve confronto. Também foram apreendidos três fuzis, 7 coronhas de fuzis, 3 carregadores goiabada de pistolas, 8 carregadores goiabada de fuzis, 3 carregadores de pistolas, 4 carregadores de pistolas alongados, 2 carregadores de fuzil calibre 7,62 e 3 rádios comunicadores.
Na Rua Canitar, também no Alemão, dois suspeitos feridos foram socorridos por populares à Unidade de Pronto Atendimento (UPA) da região e não resistiram. Um deles, conhecido como “Talibã”, possuía duas passagens pelo crime de tráfico de drogas. O outro, conhecido como “Rato”, seria uma das lideranças do crime organizado no Estado de Alagoas e também possuía duas passagens policiais.
Equipes do BOPE apreenderam mais um fuzil e diversos carregadores na Comunidade da Fazendinha, também no Complexo do Alemão.
Do lado de fora do Complexo do Alemão, equipes do BOPE abordaram um homem e também foi verificado um mandado de prisão em aberto em seu desfavor
Um criminoso, conhecido como “Bebel da Penha” e foragido da Justiça, foi preso no Complexo da Penha por equipes do Batalhão de Polícia de Choque (BPChq) e da Subsecretaria de Inteligência da Corporação. Apontado como integrante da quadrilha de roubos de veículos que se homizia na Penha.
Na Zona Oeste, homens do 18ºBPM/M (Jacarepaguá) entraram com criminosos armados na Comunidade do Chacrinha. Um suspeito foi atingido e socorrido e um fuzil foi apreendido.
Ação em outras comunidades dominadas pela facção
Apesar de o foco da operação ser no Alemão e na Penha, outras comunidades que margeiam a região também tiveram ações, como as do Flexal (Inhaúma), Engenho da Rainha, Juramentinho e IPASE (Vicente de Carvalho), Guaporé, Tinta e Quitungo (Brás de Pina e Cordovil).
Na Comunidade da Flexal, quatro criminosos foram atingidos em confronto, apenas um sobreviveu.
Na Comunidade do Quitungo, equipes do 16º BPM (Olaria) desmobilizaram um ponto de venda de drogas e apreenderam certa quantidade de entorpecentes a serem contabilizados.
Além do COE, unidades dos 1º e 2º Comandos de Policiamento de Área (CPAs) e da Coordenadoria de Polícia Pacificadora (CPP) também participam das ações.
A PM também atua na Cidade de Deus, na Zona Oeste do Rio, e precisou lidar com as barricadas em chamas no acesso ao interior da favela. As ações acontecem, ainda, no Morro do Trem, no Juramento, Juramentinho, Ipase, Flexal, Guaporé, Tinta e Quitungo, todas na zona norte.
No Méier, equipes do 3º BPM (Méier) foram checar informações sobre a presença de criminosos tentando fugir da operação se escondendo em um motel na Av. Itaóca, em Bonsucesso. No local, os policiais encontraram um homem e duas mulheres suspeitos. Durante as verificações, foi identificado que o envolvido portava uma Carteira Nacional de Habilitação falsa. Na delegacia, foi constatado que o conduzido era o criminoso conhecido como “Coquinho”, um dos maiores roubadores de joalherias de Minas Gerais, detentor de uma vasta ficha criminal, com oito anotações pelo crime de roubo.