Prime Time

seg - sex

Apresentação

Ao vivo

A seguir

    Sobe para 10 o número de pacientes que perderam os olhos após mutirão de catarata no RN

    Ao todo, 15 pessoas foram infectadas por bactéria após cirurgia promovida por empresa contratada pela Prefeitura de Parelhas

    Julia Fariasda CNN* , em São Paulo

    Subiu para dez o número de pessoas que perderam o globo ocular após serem infectadas por bactéria após uma cirurgia de catarata promovida pela Prefeitura de Parelhas (RN) (a 245 quilômetros de Natal) no dia 27 de setembro. A informação foi confirmada pela administração municipal nesta quinta-feira (24).

    O décimo paciente que precisou retirar o globo ocular é um homem de 84 anos. A vítima passou pela cirurgia na noite desta quarta-feira (23). A prefeitura informou que deverá entregar amanhã o relatório do inquérito civil que investiga o caso ao Ministério Público.

    Entre os 20 procedimentos cirúrgicos realizados na Maternidade Dr. Graciliano Lordão, 15 pacientes apresentaram sintomas de endoftalmite, uma infecção ocular causada pela bactéria Enterobacter cloacae.

    Destes, dez perderam o globo ocular, quatro precisaram passar por vitrectomia (uma cirurgia para retirada de líquido presente no olho), e um segue em acompanhamento.

    O município virou destaque depois que pacientes perdem os olhos, após mutirão de cirurgia de catarata no estado, no dia 27 de setembro deste ano. Entre os casos mais graves está o da cabeleireira Izabel Maria dos Santos Souza, de 63 anos, que ficou internada depois de a bactéria se espalhar para a pálpebra dela.

    O que dizem os envolvidos

    A Prefeitura de Parelhas informou que “o credenciamento para os procedimentos cirúrgicos seguiu rigorosamente todos os trâmites legais, com pesquisa mercadológica, registro no Portal de Compras Públicas e envio ao Tribunal de Contas, garantindo total transparência”.

    A Secretaria Municipal de Saúde disse que notificou imediatamente as autoridades sanitárias estaduais e nacionais, conforme as normas de notificação de surtos infecciosos.

    A Secretaria de Saúde Pública do Rio Grande do Norte também acompanha o caso e afirmou que as cirurgias foram realizadas a partir de uma contratação feita pela gestão municipal, sem participação do estado.

    Após a conclusão do inquérito civil, que segue em sigilo, os relatórios serão encaminhados ao Ministério Público do Rio Grande do Norte (MP-RN).

    Na última sexta-feira (18), promotora Ana Jovina de Oliveira Ferreira, do MP-RN afirmou que a prefeitura será obrigada a indenizar os pacientes infectados durante o mutirão.


    * Sob supervisão

    Tópicos