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    Servidor “03” da Abin afastado em operação já foi investigado em 2008 por escutas ilegais contra ministros do STF

    Paulo Maurício Fortunato ocupava o cargo de secretário de Planejamento e Gestão da Agência Brasileira de Inteligência (Abin) e participou da CPI dos Grampos, no Congresso Nacional

    Elijonas Maiada CNN

    Um dos alvos da operação da Polícia Federal (PF) nesta sexta-feira (20) que investiga uso de ferramenta de espionagem ilegal pela Agência Brasileira de Inteligência (Abin) é o secretário de Planejamento e Gestão do órgão, Paulo Maurício Fortunato. O posto é o terceiro mais importante hierarquicamente, abaixo dos diretores Luiz Fernando Corrêa e Alessandro Moretti.

    A PF investiga a participação de Fortunato no uso da ferramenta FirstMile, que, entre 2019 e 2021, espionou ilegalmente políticos, advogados, integrantes do Supremo Tribunal Federal (STF) e jornalistas.

    O nome de Paulo Maurício Fortunato no alto posto é alvo de críticas desde sua nomeação, em abril deste ano. Durante sabatina do postulante a diretor-geral – Luiz Fernando Corrêa -, em maio, senadores chegaram a questionar sobre o nome dele, que foi defendido. No governo de Jair Bolsonaro (PL), ele atuava como diretor de operações da Abin.

    Alvo de CPI

    Em 2008, Fortunato foi diretor de Contrainteligência da Abin, no segundo governo Lula, e afastado da agência após a denúncia de que o órgão teria também realizado escutas ilegais contra políticos e ministros do Supremo Tribunal Federal (STF).

    Durante a CPI das Escutas Telefônicas Clandestinas, à época, ele se defendeu e disse que a Abin estava “pagando um pato” que não é dela, e lamentou o fato de servidores da agência estarem sendo “achincalhados na imprensa e tratados como grampeadores”.

    Fontes dentro do governo atual ouvidos pela analista da CNN Larissa Rodrigues disseram que “há um questionamento de como eles [alvos da operação] seguiam em cargo de chefia” dentro da Abin este ano.

    Além do afastamento do secretário e outros quatro servidores, a PF prendeu dois servidores da agência e cumpriu 25 mandados de busca nesta sexta-feira (20) durante a operação “Última Milha”.

    Em nota, a Agência Brasileira de Inteligência informou que, em 23 de fevereiro de 2023, a Corregedoria-Geral do órgão concluiu correição extraordinária para verificar a regularidade do uso de sistema de geolocalização adquirido pelo órgão em dezembro de 2018.

    “A partir das conclusões dessa correição, foi instaurada sindicância investigativa em 21 de março de 2023. Desde então, as informações apuradas nessa sindicância interna vêm sendo repassadas pela Abin para os órgãos competentes, como Polícia Federal e Supremo Tribunal Federal”, diz a nota.

    A agência disse também que colaborou com as autoridades competentes desde o início das apurações.

    A CNN não encontrou a defesa de Paulo Fortunato. O espaço segue aberto.

    VÍDEO — PF: Abin sob Bolsonaro espionou integrantes do STF; dois servidores foram presos

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