“Seguimos lutando”, diz mãe de Miguel após Justiça negar prisão de Sari Côrte
Pelo Twitter, Mirtes Renata afirmou que Sari mudou de endereço há quase 1 ano e não comunicou o Judiciário; caso ocorreu em 2020 no Recife
A mãe do menino Miguel Otávio Santana da Silva, Mirtes Renata, utilizou sua conta oficial no Twitter, nesta terça-feira (26), para se pronunciar sobre a negativa da Justiça pela prisão ou recolhimento de passaporte de Sari Côrte Real.
“Seguimos acompanhando o processo de perto, e lutando pela justiça por Miguel”, diz uma das publicações.
A sentença do dia 19 de julho, negando o pedido da acusação, foi publicada no Diário Oficial da Justiça de ontem (25). O documento é assinado pelo juiz Edmilson Cruz Júnior, da 1ª Vara dos Crimes Contra Criança e Adolescente da Capital, em Pernambuco.
Segundo informações publicadas no perfil de Mirtes, Sari — condenada a oito anos e seis meses de reclusão por abandono de incapaz com resultado na morte de Miguel — teria mudado de endereço há quase um ano, sem comunicar à Justiça.
“Soubemos que a Sra. Corte Real havia mudado de endereço, somente quando ela foi intimada para ação cível, pois o endereço anterior consta nas ações penal e cível. Ao chegarmos no endereço informado nos autos, o oficial de justiça recebeu a informação de que há quase 1 ano ela não reside mais no local”, descreve o post.
De acordo com a acusação, as provas foram protocoladas e o pedido de prisão preventiva ou retenção de passaporte feito “para evitar que ela [Sari] desapareça”.
A CNN procurou pela defesa de Sari Côrte Real que optou por não se manifestar.
Caso Miguel
O garoto Miguel Otávio Santana da Silva, de 5 anos, morreu após cair do nono andar de um prédio conhecido como “Torres Gêmeas”, no bairro São José, em Recife (PE), em 2020.
Segundo investigação da Polícia Civil, a queda ocorreu quando a mãe do menino, que trabalhava como empregada doméstica em um dos apartamentos, teria descido com o cachorro de sua patroa, Sari Côrte, e deixado Miguel aos seus cuidados.
Imagens da câmera do elevador mostram Sari deixando o menino após apertar o botão da cobertura. Ele aperta outros botões, entra e sai várias vezes, aparentando estar perdido. Por fim, desembarca e vai para uma área onde ficam aparelhos de ar-condicionado, de onde caiu de uma altura de cerca de 35 metros.
Miguel foi socorrido ainda com vida por um médico morador do edifício e encaminhado em ambulância para o Hospital da Restauração, mas não resistiu.