Sede da Cúpula da Amazônia, Belém tem vias interditadas e movimentação intensa
Evento Diálogos Amazônicos registrou, segundo dados divulgados pelo Governo do Pará, mais de 28 mil participantes


O fato de sediar a Cúpula da Amazônia, com autoridades e chefes de Estado dos países amazônicos, mudou a rotina e o trânsito em Belém nos últimos dias.
A capital do Pará lida com uma movimentação intensa em meio aos eventos da agenda. O Diálogos Amazônicos registrou, segundo dados divulgados pelo governo do Pará, mais de 28 mil participantes.
Nesta terça-feira (8) começou a Cúpula da Amazônia. Os bairros da Pedreira e do Marco, onde está o Centro de Convenções, têm pontos interditados e vários policiais. A movimentação é intensa na região.
Vídeo: Cúpula da Amazônia começa hoje em Belém
Um dos pontos turísticos da região, a Aldeia Cabana, local onde é realizado o Carnaval de Belém, é ponto de apoio de povos tradicionais, que deliberam em reuniões. Na segunda-feira (7), a Aldeia Cabana foi ocupada por lideranças indígenas que alinharam detalhes finais da Carta dos Povos Indígenas da Amazônia.
Eles farão pedidos pelo futuro da Amazônia e pela desaceleração dos impactos das mudanças climáticas.
Anfitrião do encontro, o governador do Pará, Helder Barbalho, comemorou o fato do estado não liderar mais estatísticas negativas na área ambiental.
“O Pará se orgulha que não é mais o primeiro estado do Brasil em desmatamento. Lembro que o território paraense tem 70% da área sobre jurisdição federal, o que requer o fortalecimento das ações estaduais e federais”, detalhou Barbalho.
Fora Lixão

A cerca de 400 metros do Centro de Convenções, sede da Cúpula da Amazônia, em Belém, manifestantes se posicionaram com faixas e chamaram a atenção de condutores de carros, motos e bicicletas, além dos pedestres.
O movimento de protesto, intitulado “Fora Lixão”, traz um assunto de difícil resolução para Belém, capital do Pará, que sediará também a Conferência das Nações Unidas Sobre Mudanças Climáticas (COP30), em 2025.
Cidades da Região Metropolitana não encontraram um local adequado para depositar cerca de 1,5 mil toneladas de resíduos produzidos diariamente por três municípios: além da Belém, o problema se estende a Ananindeua e Marituba.
O Aterro Sanitário de Marituba, uma das cidades-satélite da metrópole, já está com a capacidade próxima do seu limite. O prazo de operação, determinado por decisão judicial, termina no final de agosto.
Os moradores se mobilizaram. E o movimento “Fora Lixão” ganhou força, desde então. Hoje também tem como pauta de reivindicação oferecer resistências a ideias, não oficializadas, de levar o aterro para municípios do Acará ou Bujaru. “O local que está sendo debatido para ser a sede do aterro fica próximo de rios, e pode contaminar as mais de 10 nascentes”, diz João Sales, do movimento.
Edson Teles é outro manifestante. Ele vive do extrativismo, mora a 200 metros das áreas de estudo em Acará e está preocupado de que o aterro inviabilize a sua atividade comercial. Edson está em Belém para protestar em meio à Cúpula da Amazônia. “(O aterro) vai acabar com a nossa vida, a nossa paz. Hoje, estão discutindo a Amazônia, e nós estamos preocupados com os nossos direitos”, diz.
Veja imagens da Amazônia, a maior floresta tropical do mundo
- 1 de 26
Foto de um macaco-barrigudo (Lagothrix lagotricha) visto na Amazônia colombiana, em abril de 2023. • Juancho Torres/Anadolu Agency via Getty Images
- 2 de 26
Vista geral do rio Amazonas passando pelo departamento de Amazonas, na Amazônia colombiana. • Juancho Torres/Anadolu Agency via Getty Images
- 3 de 26
Vista aérea de região desmatada da Amazônia colombiana, em março de 2023. • Juancho Torres/Anadolu Agency via Getty Images
-
- 4 de 26
Cheia do rio Mocoa durante fortes chuvas na Amazônia brasileira, em Mocoa, na Amazônia colombiana, em maio de 2022. • Juancho Torres/Anadolu Agency via Getty Images
- 5 de 26
Pegadas humanas deixadas na lama da selva amazônica, na Amazônia colombiana, em abril de 2023. • Juancho Torres/Anadolu Agency via Getty Images
- 6 de 26
Ponte sob o rio Mocoa durante fortes chuvas na Amazônia colombiana, na cidade de Mocoa, em maio de 2022. • Juancho Torres/Anadolu Agency via Getty Images
-
- 7 de 26
Imagem aérea de zona desmatada na floresta amazônica no estado do Acre, na Amazônia brasileira, em julho de 2022. • Rafael Vilela for The Washington Post via Getty Images
- 8 de 26
Boto é visto no rio Amazonas, na Colômbia, na Amazônia, em 4 de abril de 2023. • Juancho Torres/Anadolu Agency via Getty Images
- 9 de 26
Fazendeiro olha para fumaça que sobe de incêndio em Alto Rio Guamá, na Amazônia brasileira, em setembro de 2020. • João Paulo Guimarães/picture alliance via Getty Images
-
- 10 de 26
Vista de casa construída à margem do rio Limoeiro, no norte da Amazônia brasileira, em Limoeiro do Ajuru. • Dieh Sacramento/picture alliance via Getty Images
- 11 de 26
Vista aérea de região desmatada da Amazônia colombiana, em março de 2023. • Juancho Torres/Anadolu Agency via Getty Images
- 12 de 26
Grupo do Ibama combate foco de incêndio na cidade de Novo Progresso, no sul do Pará, na Amazônia brasileira, em agosto de 2020. • Ernesto Carriço/NurPhoto via Getty Images
-
- 13 de 26
Grupo do Ibama combate foco de incêndio na cidade de Novo Progresso, no sul do Pará, na Amazônia brasileira, em agosto de 2020. • Ernesto Carriço/NurPhoto via Getty Images
- 14 de 26
Vista da floresta amazônica pela proa de um barco, na cidade de Leticia, na Amazônia colombiana, em abril de 2023. • Juancho Torres/Anadolu Agency via Getty Images
- 15 de 26
Plantas industriais na floresta amazônica, em Manaus, na Amazônia brasileira, em janeiro de 2023. • Jens Büttner/picture alliance via Getty Images
-
- 16 de 26
Fotografia aérea de seção da floresta amazônica desmatada por incêndios, na região de Candeias do Jamari, em Porto Velho, na Amazônia brasileira, em agosto de 2019. • Victor Moriyama/Getty Images
- 17 de 26
Vista do rio Amazonas na cidade de Letícia, na Amazônia colombiana, em abril de 2023. • Juancho Torres/Anadolu Agency via Getty Images
- 18 de 26
Rio recorta os meandros da Amazônia brasileira em Manaus. Fotografia de janeiro de 2023. • Jens Büttner/picture alliance via Getty Images
-
- 19 de 26
Casal de araras em ninho na Amazônia, em Roraima, em fotografia de novembro de 2017. • Ricardo Funari/Brazil Photos/LightRocket via Getty Images
- 20 de 26
Família de pai e filhas carregam balde d'água na rodovia Transamazônica, no estado do Pará, na Amazônia brasileira, em novembro de 2017. • Ricardo Funari/Brazil Photos/LightRocket via Getty Images
- 21 de 26
Gado é visto em pasto na bacia do alto rio Amazonas, em Rondônia. • Marica van der Meer/Arterra/Universal Images Group via Getty Images
-
- 22 de 26
Acampamento de pesquisa do Amazon Tall Tower Observatory do Instituto Max Planck, na Amazônia brasileira, em Manaus, em janeiro de 2023. • Jens Büttner/picture alliance via Getty Images
- 23 de 26
Casal de trinta-réis-grandes, também chamados de andorinha-do-mar, trinta-réis e gaivota, na Amazônia colombiana, em abril de 2023. • Juancho Torres/Anadolu Agency via Getty Images
- 24 de 26
Ponte suspensa na floresta amazônia, na Amazônia peruana. • Kike Calvo/Universal Images Group via Getty Images
-
- 25 de 26
Imagens tiradas de um hidroavião mostram nuvens passando pela floresta amazônica, em Manaus, em janeiro de 2023. • Jens Büttner/picture alliance via Getty Images
- 26 de 26
Caminhão levanta poeira em estrada da Amazônia enquanto viaja em porção desmatada da floresta amazônica, próximo de Chupinguaia, em Rondônia, em junho de 2017. • Mario Tama/Getty Images