Prime Time

seg - sex

Apresentação

Ao vivo

A seguir

    Saúde do RJ registra caso de doença raríssima, com menos de 200 casos no mundo

    Divertículo gigante identificado pelo Hospital Municipal Salgado Filho foi destaque em congresso internacional

    Rafaela Cascardoda CNN

    A Secretaria Municipal de Saúde do Rio (SMS) descobriu um paciente com divertículo gigante, doença raríssima, com menos de 200 casos em todo o mundo. A doença foi relatada pelo Hospital Municipal Salgado Filho, no Méier, na Zona Norte. O assunto virou tema de artigo da revista científica “European Surgery — Acta Chirurgica Austriaca” e discutido no 17° Congresso Europeu Colorretal, realizado em dezembro na cidade de St. Gallen, na Suíça.

    Médicos relataram uma formação inflamatória de 13 x 12 x 10cm na região abdominal. Em média, este tipo de inflamação tem entre 4 e 9cm de diâmetro. Segundo a SMS, o paciente é um homem de 62 anos que chegou na emergência do hospital com dores abdominais e perda de peso, alguns dos sintomas mais comuns de divertículo. Os problemas persistiam há pelo menos dois meses. Ele foi operado no Salgado Filho e está plenamente recuperado.

    “O fato de o estudo ter sido publicado nesse congresso, muito restrito e respeitado, é o maior sinal da importância que ele tem”, destaca o cirurgião Alexandre Fiuza, um dos autores do trabalho. O médico atua há 30 anos no setor de cirurgia do hospital e ficou encarregado da extração do tecido inflamado.

    Além de Alexandre, a cirurgia contou com a participação do filho dele, Leonardo Fiuza, que participa do Programa de Residência Médica da Secretaria Municipal de Saúde na mesma especialidade. Leonardo foi quem realizou o atendimento ambulatorial do paciente e descobriu o quadro através de uma tomografia computadorizada. O trabalho ainda teve a contribuição da cineasta Débora Fiuza, que também é filha de Alexandre. Ela preparou o vídeo de apresentação submetido à banca avaliadora do congresso. A cirurgia também teve a assistência das residentes Beatriz Salgado e Fernanda Rodrigues.

    A SMS explicou que o exame clínico realizado na emergência indicou a presença de uma massa flácida, palpável e dolorosa no flanco esquerdo do abdome. Ao ver o resultado da tomografia computadorizada, Leonardo Fiuza ficou incrédulo com o tamanho da inflamação.

    “Nunca havíamos ouvido falar em divertículo gigante. Pesquisamos e vimos que os casos eram raríssimos. Foi uma surpresa muito grande, que começou com um paciente com queixa de dor na barriga”, comenta Leonardo.

    Uma semana depois, a cirurgia de laparotomia exploradora confirmou a existência de massa inflamatória na parede abdominal e no cólon sigmoide, que fica na porção final do intestino grosso. Os médicos relataram que o paciente teve uma recuperação tranquila e recebeu alta quatro dias depois.

    “Ficamos muito orgulhosos pelo fato de o Hospital Salgado Filho ser representado na Suíça, com um trabalho superinteressante sobre um caso tão raro”, conclui Leonardo.