São Paulo e Londrina mostram como melhoraram ensino básico
São Paulo e Londrina (PR) facilitaram o acesso das crianças a vagas em creches
Apesar das inúmeras dificuldades que enfrenta o sistema educacional brasileiro, diversas iniciativas ao redor do país têm atuado para mudar o rumo do ensino básico e garantir qualidade aos estudantes.
A educação nas creches é um momento muito importante para o crescimento das crianças, como diz a professora de educação infantil Greka Gimenez.
Tem muita gente que vê a educação infantil como: ‘vou levar lá para cuidar da criança, eles só brincam com as crianças’. Mas é nesse brincar que eles vão entender muita coisa. Vai muito além do cuidar
Greka Gimenez, professora de educação infantil
Apesar da importância, a educação infantil encontra entraves que podem ser vistos nos números. No Brasil, não é obrigatório os pais matricularem as crianças nas creches.
O Plano Nacional de Educação definiu a meta de que, até 2024, pelo menos 50% das crianças de 0 a 3 anos estejam matriculadas. Hoje, 37% das crianças possuem vaga em creches.
Se o número for comparado quanto à renda, 50% das crianças de famílias ricas estão matriculadas em creches, contra 25% das vindas de famílias pobres.
Exemplos positivos
No terceiro episódio da série especial de reportagens do “Projeto Educação Que Dá Certo”, documentário produzido pelo Todos Pela Educação, conhecemos exemplos positivos nas cidades de São Paulo, que conseguiu zerar a fila de espera por creches, e em Londrina (PR), que criou uma central de vagas para priorizar crianças mais vulneráveis.
A especialista Priscila Cruz, da ONG Todos Pela Educação, viajou até essas cidades para conhecer e mostrar essas iniciativas.
Superando dificuldades
Há alguns anos, o município de Londrina encontrava dificuldades para organizar os alunos nas creches. É o que conta a secretária de Educação da cidade, Maria Tereza Paschoal de Moraes.
“Nós tínhamos mais de 600 ações judiciais em 2016 pedindo vagas em creches. Muitas mães desesperadas não tinham onde deixar os filhos, não tinham perspectiva. Aí a gente começou a gestão em 2017 e fomos organizando essa fila.”
“Toda vez que a família ia procurar uma vaga na creche tinha um desgaste muito grande com a prefeitura, com o governo, era muito difícil. Isso foi resolvido, porque as famílias nos procuram e a gente atende a necessidade de cada uma.”
Central de vagas
Londrina criou uma central de vagas e definiu critérios claros para priorizar os mais vulneráveis. Com um cadastro único, ficou mais fácil organizar a fila, e os resultados começaram a aparecer. O número de matrículas subiu de 3,5 mil para 6,5 mil entre 2016 e 2020. Já a fila de espera caiu de 6 mil em 2017 para 2,3 mil em 2021.
Em São Paulo, a fila para uma matrícula era bem maior, e a forma como era organizada prejudicava muitas crianças. Há 15 anos, cada creche em São Paulo tinha sua própria fila de espera, com o cadastro sendo precário. Sem um cadastro único, as creches seguiam seus próprios critérios.
O cenário hoje é bem diferente. Em dezembro de 2016, a capital paulista tinha 200 mil crianças na fila de espera por uma vaga em creche, contra 64 mil crianças matriculadas. Já em dezembro de 2020, a prefeitura anunciou que a fila de buscar por vagas estava zerada, para alegria de muitas mães, como Edilaine Mendes
“Creches te dão estabilidade. As crianças estando bem, saudáveis, você tem aquela frequência de horário, que você pode se organizar.”
Para aumentar as vagas e terminar com as filas foram fundamentais a formação de parcerias com organizações da sociedade civil. Mais de 2 mil creches pertencem a essas parcerias, responsáveis por 85% das matrículas.
Assista aqui ao episódio na íntegra.