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    Santos Dumont 150 anos: Aviação deve ser carbono zero até 2050

    Indústria estuda modelos que não agridam o meio ambiente

    Mathias Broteroda CNN

    em São Paulo

    O fim do barulho no céu. Aviões transparentes, com janelas maiores, oferecendo mais conforto aos passageiros e sendo sustentáveis. O futuro da aviação já está em andamento, com pesquisas em curso para tornar essas ideias realidade e garantir a sustentabilidade.

    Mais de um século após a decolagem do 14 Bis, de Santos Dumont, muita coisa mudou. Os protótipos de aviões estão em constante atualização, com fábricas como esta sendo responsáveis por trazer as novidades para as linhas de montagem. Dentre os principais desafios da indústria para o futuro da aviação, estão a modernização da aerodinâmica e o desenvolvimento de combustíveis cada vez mais sustentáveis.

    “Nós estabelecemos como meta que a nossa indústria de aviação será carbono neutra em 2050. Parece longe, mas o desafio é muito grande. Então, nós e diversos atores da indústria estamos trabalhando desde já, falando em mudanças de combustíveis”, explica Luis Carlos Afonso, vice-presidente de Engenharia da Embraer.

    Na rota traçada para alcançar o objetivo de não despejar mais carbono no céu, existe uma invenção que vai causar uma disrupção nos impactos que os voos terão no meio ambiente e pode mudar até a nossa percepção de um avião no ar. Imagine só olhar para cima e ver um avião assim, sem ouvir barulho.

    Empresas ao redor do mundo estão mergulhadas em estudos para poder levar passageiros ao ar em aviões comerciais movidos 100% à energia elétrica.

    A Embraer, por exemplo, realiza testes para usar aeronaves elétricas em longas e curtas distâncias. Um dos planos mais avançados é um modelo chamado de “EVTOL”. O veículo é uma mistura de avião, helicóptero e carro, com a ideia de que a aeronave possa ser usada a partir de 2026, inicialmente no perímetro urbano.

    Apesar de os novos modelos de propulsão estarem cada vez mais próximos, a substituição completa da frota pode levar décadas. Enquanto isso, pesquisadores seguem em busca de outras maneiras de otimizar os voos, como o aperfeiçoamento das asas e a produção de motores mais econômicos.

    Tem mudança no design também. A Airbus, uma das principais empresas de aeronaves do mundo, revelou recentemente planos para o desenvolvimento de aviões com janelas maiores e um teto transparente. O projeto deve ficar pronto em 2035.

    Além disso, o conforto também é um item essencial. Empresas já desenvolvem aviões com camas, inclusive para passageiros que viajam na classe econômica. A empresa Air New Zealand anunciou um projeto com um novo Boeing que conta com cápsulas para passageiros. O novo modelo deve entrar em serviço em 2024.

    A aviação se renova, usando como base as ideias do pai da aviação, que, para o neurocientista Miguel Nicolelis, são impossíveis de serem medidas e classificadas.

    “É impossível a neurociência mensurar o grau de inteligência, o grau de capacidade de abstração que um cara que olhou para o céu e viu como os pássaros voavam, percebeu que não poderia reproduzir como os passarinhos voam, como é que ele olhou o modelo dos animais voando e gerou uma simplificação que foi capaz de voar. Esse é um fenômeno que a gente chama de não computável, porque nunca vai existir uma máquina, um computador, ou um sistema digital, capaz de reproduzir algo igual”, cita Nicolelis.