Saiba quem é o brasileiro sequestrado no Equador
Empresário Thiago Allan Freitas foi raptado na última terça-feira (9), em meio à onda de violência que atinge o país
O empresário brasileiro Thiago Allan Freitas foi sequestrado na última terça-feira (9) no Equador, em meio à onda de violência que já deixou ao menos dez pessoas mortas no país. A informação foi confirmada à CNN pela Embaixada do Brasil no Equador, que diz que também trata o assunto como sequestro.
Inicialmente, a notícia sobre o sequestro foi dada pelo filho de Thiago por meio das redes sociais do pai. “Meu pai foi sequestrado nesta manhã. Já enviamos todo o dinheiro que tínhamos. Não temos mais”, diz o menino no vídeo.
O garoto disse que a família pagou parte do dinheiro que teria sido pedido pelos criminosos, mas que não tem mais nada para completar o valor do resgate.
Vídeo: Sequestro não parece ter ligação com violência, diz diplomata
Perfil
Nascido em São Paulo, Thiago tem 38 anos e vive no Equador há três. Antes de se mudar para Guayaquil, ele morou em Quito, capital do país, por um ano. No Brasil, ele também residiu em Balneário Camboriú (SC).
Thiago é dono da churrascaria La Brasa, que funciona em um espaço gastronômico de Guayaquil. Nas redes sociais, o restaurante diz oferecer “o melhor do churrasco brasileiro”.
Inicialmente, a churrascaria funcionava somente por delivery ou fazendo eventos contratados. A loja física no Bamboo Plaza foi aberta em outubro do ano passado. A decoração do espaço remete ao Brasil, com fotos de paisagens brasileiras na parede. Os funcionários usam roupas amarelas, em alusão ao uniforme da Seleção.
Além dos cortes e preparos típicos dos churrascos brasileiros, o restaurante oferece outros itens que fazem sucesso por aqui, como o pão de alho e a caipirinha.
Na capital paulista, Thiago teve uma empresa aberta em setembro de 2017 na modalidade empreendedor individual cuja atividade registrada na Junta Comercial do Estado de São Paulo era “comércio varejista ambulante de produtos alimentícios prontos para o consumo”.
Entenda a crise no Equador
A onda de violência no Equador teve início depois de um dos líderes do grupo criminoso Los Choneros ter fugido de uma prisão em Guayaquil.
Na tarde de terça-feira, um grupo de homens encapuzados e armados invadiu as instalações do canal TC Televisión, de Guayaquil. A invasão foi capturada pela transmissão ao vivo, que mostrou funcionários sendo obrigados a se deitarem no chão. Foi possível ouvir tiros e gritos.
Segundo o governo do Equador, mais de 130 agentes penitenciários e outros funcionários são mantidos como reféns por detentos, nesta quarta-feira (10), em pelo menos cinco prisões do país.
Na noite de terça, o presidente Daniel Noboa decretou a existência de um “conflito armado interno” no país.
No texto do decreto, o governo qualifica como “terroristas e atores não estatais beligerantes” 22 organizações. Na lista estão Águias, ÁguilasKiller, AK47, Cavaleiros Escuros, ChoneKiller, Choneros, Covicheros, Quartel das Feias, Cubanos, Fatales, Gánster, Kater Piler, Lagartos, Latin Kings, Lobos, Los p.27, Los Tubarões, Mafia 18, Mafia Trébol, Patrones, R7 e Tiguerones.