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    Russos denunciam xenofobia no Brasil com a guerra

    O preconceito acontece principalmente no ambiente digital

    Danilo Kozemekin em uma igreja ortodoxa
    Danilo Kozemekin em uma igreja ortodoxa Divulgação/CNN

    Stephanie AlvesIsabela Filardida CNN

    Em São Paulo

    Desde que a Rússia invadiu o território ucraniano, há um mês, muitos russos e descendentes de famílias eslavas que moram no Brasil estão sendo alvo de ataques preconceituosos.

    Em São Paulo, até as celebrações religiosas têm ficado vazias em igrejas ortodoxas. O presidente da Associação de Jovens Compatriotas Russos, Danilo Kozemekin, afirmou que as práticas religiosas estão com um clima de tensão.

    “As pessoas da nossa comunidade estão com medo de ir para a igreja com a possibilidade de algum atentado, então as igrejas estão realizando seus ofícios com as portas fechadas”, explicou Danilo.

    Essa não é a primeira vez que um grupo estrangeiro sofre xenofobia no país. Há dois anos, quando foi decretada a pandemia da Covid-19, cidadãos chineses e até de outros países asiáticos relataram situações semelhantes aqui no Brasil e no resto do mundo.

    Depois do ataque de 11 de setembro, a guerra contra o terror e a caça a grupos extremistas alimentou no Ocidente um discurso de ódio contra povos muçulmanos.

    A Snizhana Maznova é dona de um restaurante russo que está prestes a reabrir as portas em um novo endereço em São Paulo, mas desde os primeiros bombardeios, ela tem recebido mensagens de amigos e parentes preocupados.

    “Perguntaram por que não mudo o nome do restaurante, mas não vou mudar só porque isso aconteceu, eu não pago imposto para a Rússia, pago imposto para o governo brasileiro, para desenvolver o Brasil, não financiamos guerra”.

    Para a Vera, que é neta de russos e professora de Direito Internacional, o preconceito contra seu povo vem sendo construído há décadas.

    “Vejo meus avós contando e isso de fato existiu, principalmente durante o período da União Soviética. Meu avô escondia discos russos porque existia o temor de ser confundido com um comunista na ditadura militar”, contou Vera.