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    Ronnie Lessa é um dos alvos da PF em operação contra tráfico internacional de armas

    Mandado contra PM reformado, preso acusado de ser o executor de Marielle Franco, foi um dos primeiros cumpridos; operação acontece no Brasil e na Flórida (EUA)

    Maria MazzeiIsabelle SalemeThayana Araújoda CNN , no Rio de Janeiro

    Ronnie Lessa está entre os alvos da Operação Florida Heat, da Polícia Federal, realizada em conjunto com o Ministério Público do Rio de Janeiro e apoio da Agência de Investigações de Segurança Interna (Homeland Security Investigations – HSI) da Embaixada dos Estados Unidos nesta terça-feira (15).

    O PM reformado já está preso, acusado de ser o executor da vereadora Marielle Franco e do motorista dela, Anderson Gomes, em 2018.

    Na nova investigação, ele é acusado de participar do tráfico internacional de armas. À CNN, a defesa de Ronnie Lessa disse que “soube pela mídia da operação da Polícia Federal” e, “logo, não tivemos nenhum contato com qualquer elemento da investigação”, complementam.

    Outras duas pessoas foram presas nas primeiras horas da manhã desta terça-feira, e a operação já tem seis dos sete mandados cumpridos. Três desses mandados foram executados nos Estados Unidos, e a situação de um dos presos na operação ainda não foi definida, pois possui cidadania americana.

    No Brasil, há um foragido e um homem foi preso em Vila Isabel. Entre os presos está uma mulher de 88 anos, identificada como a mãe de um dos principais alvos da operação, que está nos Estados Unidos.

    Cerca de 50 policiais federais, membros do GAECO/MPRJ e agentes americanos, cumprem sete mandados de prisão preventiva e cinco de busca e apreensão, expedidos pela 1ª Vara Federal Criminal do Rio de Janeiro, na capital do Rio, em Campo Grande, Mato Grosso do Sul, e em Miami, nos EUA.

    A ação tem o objetivo de desarticular organização criminosa voltada ao tráfico internacional de armas dos Estados Unidos para o Brasil. O nome da operação faz referência ao estado americano de onde as armas eram enviadas ao Brasil.

    Segundo as investigações, que já duram cerca de dois anos, o grupo era responsável pela aquisição de armas de fogo, peças, acessórios e munições nos EUA. O armamento chegava ao Brasil em contêineres pelo mar ou em encomendas postais, por via aérea.

    Na maioria das vezes, o material era acondicionado dentro de equipamentos como máquinas de soldas e impressoras, despachados juntamente a outros itens, como telefones, equipamentos eletrônicos, suplementos alimentares, roupas e calçados.

    As armas eram levadas para os estados do Amazonas, São Paulo e Santa Catarina e tinham como destino final uma residência em Vila Isabel, no Rio de Janeiro, que foi um dos endereços vistoriados pela PF. Desta casa, as armas eram retiradas dos equipamentos e depois eram distribuídos para traficantes, milicianos e assassinos de aluguel.

    Casa alvo de mandado da PF em operação contra tráfico de armas / Reprodução/Polícia Federal

    O dinheiro para a compra do armamento era enviado do Brasil para os Estados Unidos através de doleiros. Até o momento, foi identificado um brasileiro, dono de churrascarias em Boston, que recebia parte dos valores e repassava para os alvos que atuavam no exterior.

    Ainda de acordo com a PF, o grupo investia o dinheiro adquirido com o tráfico de armas em imóveis residenciais, criptomoedas, ações, veículos e embarcações de luxo. A Justiça decretou o sequestro de bens, avaliados em cerca de R$ 10 milhões.

    Ao longo da investigação já foram apreendidos milhares de armas, peças, acessórios e munições de diversos calibres, tanto no Brasil, quanto nos Estados Unidos.

    O grupo criminoso deve responder pelos crimes de tráfico internacional de armas, organização criminosa e lavagem de capitais.

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