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    RJ tem primeiros eventos-teste sem exigência do uso de máscara

    Até o momento, a prefeitura carioca autorizou a realização de 15 festas e jogos de futebol na cidade, três deles sem exigência de uso da proteção facial e do distanciamento social

    Camille CoutoHelena Vieirada CNN No Rio de Janeiro

    Neste sábado (2), aconteceram os dois primeiros eventos-teste autorizados pela prefeitura do Rio de Janeiro sem a exigência do uso de máscara e do distanciamento social.

    Um deles foi uma festa de aniversário no Copacabana Palace para 500 pessoas. O outro foi uma festa para 5 mil pessoas no Alto da Boavista, com ingressos a partir de R$ 250. As únicas exigências foram a apresentação de teste PCR negativo e do comprovante de vacinação.

    Na entrada, os convidados já desciam das vans sem a máscara, mas, dentro do evento, em meio a aglomeração, funcionários que estavam prestando serviço, como garçons, barmen e faxineiros, usavam máscara e o face shield (protetor facial).

    Para o aniversariante e DJ, Pedro Lucena, o evento marca o retorno do setor de eventos, um dos mais afetados pelos efeitos econômicos da pandemia.

    “A ideia é fazer o setor de turismo, e eventos também, voltar. Para a gente voltar tem que ser com segurança, não tem como ser de outra forma. E aqui a gente acredita que é da melhor forma possível. Aqui, é como se fosse uma safe zone (área segura), todo mundo vacinado, testado”, disse o organizador da festa.

    Viagem de São Paulo ao Rio

    O analista de marketing Bruno Jacon viajou de São Paulo para o Rio de Janeiro junto com 20 amigos para comemorar uma despedida de solteiro, e considerou o ambiente seguro para a realização da festa, mesmo com o afrouxamento das principais medidas preventivas recomendas pelas autoridades de saúde desde o início da pandemia.

    “Não acabou a pandemia, mas é o primeiro evento legalizado. A gente ficou dois anos em casa e viemos aproveitar aqui, o retorno ao normal. A gente está com uma expectativa boa de voltar as coisas como eram antes. Vim de São Paulo, porque aqui, teoricamente, é uma coisa legalizada. A gente ficou em casa muito tempo e está com uma esperança única, concluiu o convidado.

    Monitoramento

    Segundo a prefeitura, os participantes serão monitorados por 14 dias e os resultados servirão de base para flexibilizações em ambientes com maior presença de público, como estádios de futebol, hotéis e espaços para eventos.

    O próximo evento sem exigência do uso de máscara e do distanciamento social será um festival de rock, no Centro do Rio de Janeiro, com previsão de público de 5 mil pessoas, entre os dias 13 e 31 de outubro.

    Os outros 12 eventos são jogos de futebol e outra festa de aniversário no Copacabana Palace, mas, para participar destes, há necessidade de uso da proteção facial e do distanciamento de, ao menos, um metro e meio.

    Em entrevista à CNN neste sábado (2), o professor da UFRJ e infectologista Roberto Medronho disse que, como 65% da população com mais de 12 anos está 100% vacinada, é o momento para fazer eventos-teste, mas é necessário precaução.

    Ele não recomenda a dispensa do uso de máscara, principalmente para pessoas com comorbidades e acima de 65 anos.

    O fato de ter teste PCR com resultado negativo não significa que a pessoa não esteja com o vírus, pois há casos de falsos negativos, ou, dependendo do estágio da doença, o exame pode não detectar. A máscara protege a pessoa de contrair e transmitir a doença

    Roberto Medronho, professor da UFRJ e infectologista

    Primeiro evento-teste tem baixa incidência de casos de Covid-19

    Segundo a Prefeitura do Rio de Janeiro, o primeiro evento-teste, um jogo entre Flamengo e Grêmio, no Maracanã, no dia 15 de setembro, teve taxa de incidência de casos seis vezes menor do que a taxa da população em geral no período.

    Foram 10 pessoas com sintomas da doença, mas apenas um caso foi confirmado. Entre os casos suspeitos, seis pessoas tinham tomado apenas a primeira dose da vacina e as outras quatro estavam com esquema vacinal completo.

    O superintendente de Vigilância em Saúde do Rio de Janeiro, Marcio Garcia, creditou os resultados ao protocolo do evento, com exigência de comprovante de vacina, teste PCR e uso de medidas básicas de proteção à vida dentro do evento.

    Segundo a Prefeitura, há outros eventos com pedido de análise e, para aprovação, é analisado se o evento está de acordo com as normas vigentes no município. Todos os participantes precisam apresentar teste PCR negativo, feito ao menos com 48 horas de antecedência, em laboratórios credenciados, além do comprovante de vacinação.