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    RJ: tecnologia para bloquear celulares em presídios está defasada há mais de uma década

    Secretaria de Administração Penitenciária (Seap) prevê para novembro licitação para aquisição de novos bloqueadores de celular

    Cleber Rodriguesda CNN , Rio de Janeiro

    Os presídios do estado do Rio de Janeiro estão com bloqueadores de celular desafados há mais de uma década, segundo a secretária de Administração Penitenciária (Seap), Maria Rosa Nebel.

    Em entrevista nesta terça-feira (22), Nebel afirmou que o sistema atual contempla aparelhos com tecnologia 3G, e anunciou para novembro uma licitação para compra de novos bloqueadores de celular.

    “Nós já estamos na fase de pesquisa de preço, e no máximo em duas semanas será lançado o edital da licitação por pregão eletrônico para a aquisição efetiva do bloqueador de celular que, até então, nós não temos”, disse Maria Rosa.

    Operação 13 Aldeias

    Nesta terça (22), a Polícia Civil e a Corregedoria da Seap deflagaram a “Operação 13 Aldeias”, contra a facção “Povo de Israel (PVI)”, que atua desde 2004 em 13 unidades penitenciárias do Rio de Janeiro e conta com 18 mil presos (42% do efetivo prisional).

    De acordo com as investigações da Delegacia Antissequestro (DAS), com o apoio da Subsecretaria de Inteligência e da Corregedoria da Seap, a facção teria movimentado cerca de R$ 70 milhões ao longo de dois anos a partir de recursos obtidos através de crimes como tráfico de drogas e extorsões praticadas por meio de falsos sequestros.

    “É uma investigação inicialmente de cunho financeiro, na qual foi possível rastrear e bloquear cerca de R$ 70 milhões movimentados por essa organização criminosa, justamente com essas extorsões que eles praticavam”, explicou o secretário de Polícia Civil, Felipe Curi.

    Na primeira fase, os policiais cumpriram 44 mandados de busca e apreensão, bloqueio de contas correntes e respectivos ativos financeiros de 84 investigados, bem como o afastamento de cinco policiais penais. As buscas aconteceram na capital, em outros cinco municípios do estado do Rio e no Espírito Santo.

    “Uma facção nascida dentro da cadeia, lembrando que o PCC começou assim há muitos anos atrás, mas a segurança pública está atenta e as secretarias, agindo de forma coordenada e integrada, mostram um resultado como esse”, disse Victor Santos, secretário de Segurança Pública.

    Ainda de acordo com as investigações, somente com a facção Povo de Israel a Seap apreendeu cerca de 7 mil celulares desde 2022. Além de agentes corruptos, os aparelhos entraram nos presídios por meio de empresas terceirizadas e através do lançamento de celulares pelo muro das penitenciárias.

    “A gente vai seguir perseguindo o desvio de condutas, intensificando as revistas e, se tiver que deter policial penal, a Polícia Penal não vai se furtar de cortar a própria carne”, afirmou Maria Rosa Nebel.

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