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    RJ: secretário de Segurança admite que estado precisa de mais 25 mil policiais

    Governo diz que "o déficit de agentes se refere é um problema histórico, de décadas, que não pode ser atribuído à atual gestão"

    Rodrigo Monteiroda CNN , No Rio de Janeiro

    O secretário de Segurança Pública do Rio de Janeiro, o delegado da Polícia Federal Victor Santos, foi ouvido nesta terça-feira (12), na Assembleia Legislativa do Rio (Alerj). Segundo ele, o estado tem uma escassez de aproximadamente 25 mil policiais.

    O titular da pasta reconheceu que há falta de recursos material e pessoal nas corporações do estado, o que, segundo ele, impacta diretamente nas ações de segurança pública.

    De acordo com o secretário, atualmente o estado precisa de mais de 20 mil policiais militares e 5 mil policiais civis. Sem contar, acrescenta, os problemas com concurso público, que demoram, exigem recursos e só é finalizado a médio e longo prazo.

    “Estamos readequando o efetivo e isso é o nosso grande desafio. Não podemos tratar a segurança pública como casuísmo. Mas temos que entender que quando você mobiliza recursos humanos, ele vai faltar em determinado lugar”, disse o secretário.

    Segundo Victor Santos, hoje o grande desafio da secretaria é enfrentar o problema de estrutura física, além de promover a integração entre as polícias.

    “Temos que ter ações perenes. Por isso, é importante todos estarem na mesma pasta. Muitos atores –das polícias– não se falam. É preciso parar o amadorismo e não levar para o pessoal. É preciso criar uma relação interpessoal.”

    Os deputados estaduais decidiram convocar o secretário depois dos últimos acontecimentos no bairro de Copacabana, como a agressão a um idoso de 67 anos, que levou um soco no rosto e depois foi roubado por um bando de criminosos.

    A comissão da Alerj também debateu os planos de segurança durante o verão deste ano. Além disso, tratou sobre a recriação da pasta que ainda precisa ser votada pelos deputados.

    Futuro das UPPs

    De acordo com o secretário de segurança pública, o futuro das Unidades de Polícia Pacificadoras (UPPs) ainda está em discussão.

    “A UPP é a realidade de algum tempo. A PM tem mais conhecimento e expertise para discutirmos com dados. É interessante acabar? Não é interessante? O policial volta para o batalhão?”, questionou.

    Para os deputados da Comissão de Segurança Pública e Assuntos de Polícia, a participação do secretário na audiência foi fundamental para discutir a violência na cidade e no estado.

    Os secretários das polícias Civil e Militar também foram convidados, mas não compareceram. Eles mandaram representantes.

    Já a prefeitura do Rio não enviou representantes, apesar de os chefes das secretarias municipais de Assistência Social e de Ordem Pública terem sido convidados.

    O que diz o governo

    Em nota, o governo do Rio afirmou que “o déficit de agentes ao qual o secretário se refere é um problema histórico, de décadas, que não pode ser atribuído à atual gestão” e que o Executivo “trabalha com responsabilidade, dentro de regime de recuperação fiscal, para ampliar o efetivo das corporações”.

    “Recentemente, 1.741 candidatos foram convocados para o curso de formação na Academia Estadual de Polícia Sylvio Terra (Acadepol), dos quais 901 nas primeiras turmas, cujas aulas serão concluídas neste mês. Os candidatos que se formarem ampliarão o quadro da Polícia Civil no primeiro semestre de 2024. Além disso, está em andamento o concurso para preencher 2 mil vagas para o Curso de Formação de Soldados da Polícia Militar do Rio de Janeiro”, acrescenta a nota.

    O governo diz ainda que o governador Cláudio Castro (PL) “já investiu mais de R$ 2 bilhões na segurança pública” e que “o uso da tecnologia, aliada à inteligência e ao trabalho dos agentes de segurança trouxe resultados históricos referente a queda da violência”.

    “Vale ressaltar que reforçamos o policiamento de proximidade em diversas localidades do estado com a inauguração de 19 bases do Segurança Presente apenas nos últimos três anos. Atualmente, o programa conta com 40 bases espalhadas por 22 municípios do Rio de Janeiro”, destaca o governo estadual.

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