RJ: Quem é o ex-chefe da Polícia Civil alvo de operação contra fraudes na saúde
Allan Turnowski já foi preso suspeito de envolvimento com o jogo do bicho e organização criminosa
O ex-secretário da Polícia Civil do Rio Allan Turnowski é um dos alvos da operação realizada nesta terça-feira (26) pelo Grupo de Atuação Especializada de Combate ao Crime Organizado (Gaeco) do Ministério Público do Rio (MP-RJ). Além de Allan, o delegado Eduardo Clementino de Souza também é investigado. Os dois são suspeitos de fraudes em contratos da Fundação Estadual de Saúde.
Turnowski foi preso em 2022 em casa, na Barra da Tijuca, zona oeste da capital fluminense, suspeito de envolvimento com o jogo do bicho e organização criminosa, mas atualmente responde em liberdade. Na ocasião, o delegado Maurício Demétrio também foi preso. Os dois eram investigados por compor uma quadrilha que dava apoio ao contraventor Fernando Iggnácio, morto em 2020. As investigações apontam que eles eram responsáveis por extorsões a comerciantes.
Também em 2022, Turnowski deixou o cargo na Polícia Civil para se candidatar a deputado federal pelo PL, mas não foi eleito. Entre 2010 e 2011, o delegado chefiou a Polícia Civil do Rio, no governo de Sérgio Cabral, mas deixou o cargo durante uma investigação da Polícia Federal sobre um suposto vazamento de uma operação.
Ao todo, os agentes cumprem 12 mandados de busca e apreensão nesta terça-feira. Até o momento, foram apreendidos R$ 27.270 e US$ 600 na casa de um dos alvos, na Barra da Tijuca. Em outro endereço em Copacabana, na zona sul, os agentes encontraram. R$ 35.250 em espécie.
O MP-RJ apura os crimes de organização criminosa e fraude em licitações na Fundação Saúde, que é responsável pela gestão da saúde pública do estado e está vinculada à Secretaria de Estado de Saúde. A investigação aponta o direcionamento de contratos públicos em favor das empresas Vidgel Vigilância e Segurança e Vidgel Serviços Terceirizados.
Em nota, a Secretaria de Estado de Saúde afirma que a Fundação Saúde está a disposição para colaborar com as investigações.
“A Fundação Saúde está aguardando os detalhes sobre a operação desencadeada pelo Ministério Público, com apoio da Polícia Civil. A Fundação está à disposição das autoridades para colaborar com as investigações”, diz a nota.
Já a Polícia Civil diz que a corregedoria da corporação “participa de operação, em apoio ao Ministério Público, contra fraudes em contratos na área da saúde”. “São cumpridos dois mandados de busca e apreensão contra servidores. A ação está em andamento.”
A defesa do Delegado Allan Turnowski diz que “seu cliente desconhece completamente a relação contratual entre a empresa Videgel e a Secretaria de Saúde”.
“A busca realizada sem qualquer indício de participação nos atos investigados constitui-se em ato abusivo e arbitrário. A defesa aguarda ter vista do processo para poder se manifestar e requerer o reconhecimento que nosso cliente não tem nenhum envolvimento direto ou indireto com os fatos”, acrescenta.
A defesa do delegado Eduardo Clementino de Souza ainda não se manifestou.