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    RJ: MPF denuncia esquema de corrupção em licenças de importação no Galeão

    Foram denunciados um despachante e uma ex-fiscal da Anvisa, acusada de receber propina para liberar mercadorias de empresas de importação

    Esquema funcionava no posto da Anvisa do Aeroporto Internacional do Galeão, no RJ
    Esquema funcionava no posto da Anvisa do Aeroporto Internacional do Galeão, no RJ Foto: Fernando Frazão/Agência Brasil

    Isabelle Salemeda CNN

    Uma ex-servidora da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) foi denunciada pelo Ministério Público Federal (MPF) por agilizar a liberação de licenças de importação no posto do terminal de cargas do Aeroporto Internacional do Galeão, no Rio de Janeiro, de forma irregular. Ela vai responder, junto à Justiça Federal no Rio, por corrupção passiva.

    Já um despachante aduaneiro envolvido no esquema que favorecia empresas que pagavam propina foi denunciado por corrupção ativa.

    As investigações sobre o esquema começaram em 2014, em São Paulo, quando a Polícia Federal e a corregedoria da Anvisa identificaram práticas ilícitas envolvendo agentes públicos e privados no Porto de Santos.

    Na época, a apuração levantou fortes indícios de que teria ocorrido o favorecimento de, ao menos, duas empresas de importação na liberação de suas mercadorias.

    Após a descoberta do esquema, a Anvisa iniciou processo administrativo disciplinar contra diversos fiscais sanitários do Porto de Santos e, a partir daí, algumas empresas, suspeitas de obterem vantagens ilegais, migraram suas operações para o Aeroporto Internacional do Galeão, no Rio de Janeiro.

    Com o aprofundamento das investigações, foi descoberto que a servidora da Anvisa oferecia em solo fluminense os mesmos serviços ilícitos antes oferecidos em Santos.

    Segundo o Procurador da República Luís Cláudio Senna Consentino, a acusada manipulava o procedimento interno de distribuição de requerimentos de importação e sempre pegava os pedidos de licença de importação (LI) de duas empresas envolvidas no esquema.

    Além disso, a acusada analisava e concluía os procedimentos de licença de importação de forma excepcionalmente rápida, sem justificativa de urgência. A investigação interna da Anvisa demonstrou que, enquanto a acusada levava apenas um dia, ou até horas, para deferir os requerimentos de licença, outros servidores, para o mesmo tipo de produto, levavam, em média, de vinte a trinta dias.

    O aprofundamento da investigação também revelou que ela recebia recursos de fontes diversas, o que não era compatível com a posição de servidora pública. Além disso, os valores depositados coincidiam com os períodos de concessão das licenças às referidas empresas.