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    RJ: MP marca sessão que analisa pedido de demissão de procuradores da Lava Jato

    Corregedoria Nacional do MP acusa grupo de procuradores de publicar no site da instituição informações sigilosas sobre políticos

    Maria Mazzei, da CNN, no Rio de Janeiro

     O Conselho Nacional do Ministério Público (CNMP) marcou para a próxima terça-feira (10) a sessão para abertura do Processo Administrativo Disciplinar contra onze procuradores da extinta Lava Jato no Rio de Janeiro. Como a CNN já havia noticiado, a Corregedoria Nacional da MP pediu que o grupo fosse demitido.

    Em reação, os procuradores, que negam ter praticado irregularidades, reúnem um abaixo-assinado, até o momento com 1,5 mil assinaturas de integrantes do MP, juízes, defensores públicos, advogados e representantes da sociedade civil contra os desdobramentos de procedimento disciplinar. 

    A sessão do CNMP deverá ser presidida pelo procurador-Geral da República, Antônio Aras, ou seu substituto. A Corregedoria Nacional do MP acusa o grupo de publicar no site da instituição informações sigilosas de uma investigação que mira o ex-senador Edison Lobão e seu filho, Márcio Lobão, além de Romero Jucá, também ex-senador e ministro de Michel Temer.

    Apesar do pedido de demissão, a decisão final cabe ao plenário do CNMP, que pode converter a pena em suspensão. 

    Os procuradores afirmam que “a instauração de procedimento administrativo disciplinar pela publicização em site oficial de ação penal, que é pública por força constitucional, enfraquece as instituições democráticas e constitui mais uma tentativa de calar o Ministério Público, sendo por isto necessário que a questão seja apreciada pelo Plenário sob o viés estritamente jurídico e técnico”. 

    O pedido da Corregedoria Nacional atinge o procurador regional da República, José Augusto Simões Vagos, e os procuradores: Eduardo El Hage, Fabiana Schneider, Marisa Ferrari, Gabriela Câmara, Sérgio Luiz Dias, Rodrigo da Costa e Silva, Stanley Valeriano da Silva, Felipe Leite, Renata Baptista e Tiago Martins.

    Eles integravam a da força-tarefa da Lava Jato no Rio, grupo que foi desfeito após mudanças implantadas por Aras. No início deste ano, o PGR determinou que os procuradores da força-tarefa fossem incorporados ao Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco). 

    Inicialmente, o Corregedor Nacional do MP, Rinaldo Reis Lima, havia pedido apenas a suspensão dos procuradores por 30 dias. Ele acatou, porém, com a recomendação de um membro auxiliar da corregedoria para alterar a pena para demissão. 

    A decisão de Rinaldo Reis Lima alterando o processo administrativo disciplinar contra os procuradores é de 15 de julho. A pena para a divulgação de informações sigilosas é a perda do cargo, mas a suspensão é possível caso o plenário do Conselho Nacional do MP autorize a mudança.

    Leia a íntegra da manifestação dos procuradores:

    Em defesa da independência funcional e da publicidade das ações do Ministério Público

    Os membros do Ministério Público, da Magistratura, defensores públicos, advogados, auditores de contas, auditores-fiscais, integrantes de outras carreiras de Estado e representantes da sociedade civil, abaixo subscritos, acompanham com atenção a notícia de que o Corregedor Nacional do Ministério Público decidiu pela instauração de Procedimento Administrativo Disciplinar em face de 11 (onze) membros do Ministério Público, ex-integrantes da Força-Tarefa no Rio de Janeiro.

    Segundo noticiado, o procedimento visa apurar conduta de divulgação de ajuizamento de denúncias que imputaram crimes de corrupção aos ex-parlamentares Romero Jucá e Edison Lobão, por meio do portal da assessoria de comunicação institucional.

    A instauração de Procedimento Administrativo Disciplinar, na forma sugerida pelo Corregedor Nacional do Ministério Público, pela publicização em site oficial de ação penal, pública por força constitucional, enfraquece as instituições democráticas e constitui mais uma tentativa de calar o Ministério Público, sendo por isto necessário que a questão seja apreciada pelo Plenário sob o viés estritamente jurídico e técnico.
    03 de agosto de 2021.

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