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    Acusado de favorecer traficantes, ex-chefe de presídios do Rio é solto

    Demitido da Seap, Raphael Montenegro não teve o pedido de prisão renovado pela PF

    Pedro Duranda CNN , no Rio de Janeiro

    O ex-secretário de Administração Penitenciária do Rio de Janeiro, Raphael Montenegro, foi solto na manhã deste sábado assim como outros dois ex-integrantes da cúpula da pasta.

    Exonerados logo depois da prisão, na última terça-feira (17), eles não tiveram um pedido de conversão ou prolongamento do regime fechado por parte da Polícia Federal ou do Ministério Público Federal.

    Montenegro foi flagrado em escutas no presídio federal de Catanduvas, no Paraná, fora de sua jurisdição, oferecendo facilidades a um dos chefes de uma facção criminosa do Rio de Janeiro.

    As investigações apontam que ele promovia transferências de detentos entre presídios, facilitava a entrada de itens proibidos e até havia soltado um traficante de alta periculosidade com mandado de prisão ativo.

    Justamente por isso, ele e os outros dois funcionários da pasta ligados a ele tiveram o pedido de prisão aceito pelo Tribunal Regional Federal e na terça passaram a cumprir regime fechado, por 5 dias.

    Acontece que logo depois da prisão, publicações no Diário Oficial do Estado exoneraram os três e o governo emitiu nota dizendo que era o “maior interessado” nas investigações. Sem pedido de renovação da prisão eles foram soltos neste domingo (22) por volta das 10:30 da manhã.

    A saída de Montenegro provocou mudanças na administração da pasta. Depois de nomear o delegado da Polícia Federal Victor Hugo Poubel para assumir a cadeira, o governador Cláudio Castro anulou o próprio ato e o trocou pelo ex-chefe da Polícia Civil no estado, Fernando Veloso.

    Com apenas 4 dias no cargo, Poubel disse à CNN que pediu para sair por motivo de “foro íntimo”. Ele inclusive já havia começado o trabalho de rever atos de Montenegro, nomeando um brigadeiro da Aeronáutica para vasculhar problemas nos contratos da Seap e também havia derrubado uma espécie de “motel irregular” dentro do complexo de Bangu supostamente para visitas íntimas de presos que não tinham essa prerrogativa.

    A CNN não conseguiu entrar em contato com os advogados de Montenegro até o fechamento desta reportagem.

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