RJ deixou de aplicar mais de 50% dos recursos na prevenção de desastres, diz deputado
Levantamento do ex-ministro do Meio Ambiente foi feito a partir de cruzamento de dados da LOA e do Siafi


Ao longo dos anos de 2020 e 2021, o estado do Rio de Janeiro investiu menos de 50% do orçamento aprovado para prevenção, resposta ao risco e recuperação de áreas atingidas por catástrofes ambientais, de acordo com do deputado estadual do Rio de Janeiro Carlos Minc (PSB). No primeiro ano, foram liquidados apenas 38,5% da dotação orçamentária inicial. No seguinte, o cenário melhorou um pouco: 41,52%. Somadas, as sobras, produto de recursos de seis fontes diferentes, cerca de R$ 400 milhões que deixaram de ser aplicados.
Os dados foram apurados pelo ex- ministro do Meio Ambiente no governo do presidente Luís Inácio Lula da Silva com base no cruzamento de informações da Lei Orçamentária Anual (LOA) dos dois anos, aprovadas pela Assembleia Legislativa do Estado do Rio de Janeiro (Alerj), com o Sistema Integrado de Administração Financeira (Siafi).
O dinheiro sairia das secretarias de Infraestrutura e Obras, Defesa Civil, Fundo Especial do Corpo de Bombeiros, Departamento de Recursos Minerais, Instituto Estadual do Ambiente (Inea) e Fundo Estadual de Conservação Ambiental e Desenvolvimento Urbano (Fecam).
“O conjunto desses investimentos representaria recuperação ambiental, reflorestamento, melhoria nos sistemas de medição de elevação dos níveis dos rios e recepção e informação de dados dos radares meteorológicos. Infelizmente, o governo não tem a cultura da prevenção e, depois, coloca a culpa em São Pedro. É muito fácil depois responsabilizar a chuva”, afirma Minc.
Antes de ser ministro do Meio Ambiente, o deputado estadual foi secretário estadual do mesmo tema, em 2012 e 2013, durante o governo Sérgio Cabral. Ele destaca que, na ocasião, o estado realizou estudos geológicos que poderiam ter embasado planos de gestão por parte dos municípios e do próprio governo do estado, o que mitigaria danos em tragédias como a de Petrópolis. As chuvas que atingiram a cidade da região serrana fluminense já deixou mais de 100 mortos.
“Nós encomendamos mapeamento de risco e planos de contingência para todos esses municípios. Já se sabe exatamente quais são as áreas de risco, onde não se pode construir em cada cidade, quais casas devem ser removidas, rios que devem ser desassoreados, áreas que precisam ser reflorestadas, porque as raízes seguram as encostas. Isso não foi prioridade do governo, que gasta muito com demandas de asfalto, inauguração de postos, para cortar fitas e não vê a prevenção como prioridade”, conclui o ex-ministro.
Procurado, o governo do estado ainda não se manifestou sobre os números do levantamento e a emprego dos investimentos previstos em prevenção, resposta ao risco e recuperação.
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Veículos arrastados pela enchente que atingiu o município de Petrópolis, na região serrana do Rio de Janeiro, na manhã desta quarta-feira, 16. • Foto: Estadão Conteúdo
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Destruição causada pela chuva na localidade de Alto da Serra, no município de Petrópolis, região serrana do Rio de Janeiro, na manhã desta quarta-feira, 16. • Foto: Estadão Conteúdo
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Destruição causada pela chuva no município de Petrópolis, na região serrana do Rio de Janeiro, na manhã desta quarta-feira, 16. • Foto: Lucas Lamela
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Destruição causada pela chuva na localidade de Alto da Serra, no município de Petrópolis, região serrana do Rio de Janeiro, na manhã desta quarta-feira, 16. • Foto: Estadão Conteúdo
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Destruição causada pela chuva na localidade de Alto da Serra, no município de Petrópolis, região serrana do Rio de Janeiro, na manhã desta quarta-feira, 16. • Foto: Estadão Conteúdo
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Funcionários trabalham para retirar lama de suas lojas na Rua Washington Luiz, no caminho do centro histórico da cidade de Petrópolis, na região serrana do Rio de Janeiro, na manhã desta quarta-feira, 16. • Foto: Estadão Conteúdo
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Destruição causada pela chuva no município de Petrópolis, na região serrana do Rio de Janeiro, na manhã desta quarta-feira, 16. • Foto: Estadão Conteúdo
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Veículo arrastado pela enchente é visto no Rio Quintadinha, na Rua Washington Luiz, no caminho do centro histórico de Petrópolis, na região serrana do Rio de Janeiro, na manhã desta quarta-feira, 16. • Foto: Estadão Conteúdo
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Veículo arrastado pela enchente que atingiu o município de Petrópolis, na região serrana do Rio de Janeiro, na manhã desta quarta-feira, 16. • Foto: Estadão Conteúdo
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Destruição causada pela chuva no Centro Histórico de Petrópolis, na região serrana do Rio de Janeiro, na manhã desta quarta-feira, 16. • Foto: Estadão Conteúdo
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Cidade de Petrópolis (RJ) foi atingida por fortes chuvas na noite desta terça-feira (15) • ESTADÃO CONTEÚDO
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Diversas ruas da cidade foram alagadas e veículos foram arratados pela água • Gabrielle Ravasco
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Muitos locais da cidade estão cobertos de água das chuvas e lama • Gabrielle Ravasco
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A força das chuvas foi o suficiente para arrastar veículos no centro de Petrópolis • Gabrielle Ravasco
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Veículos amontoados após inundações na cidade • Gabrielle Ravasco
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Dois ônibus são arrastados em Petrópolis após as fortes chuvas • Cleber Rodrigues/CNN
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Carro submerso em rio depois de fortes chuvas em Petrópolis, RJ • Ricardo Moraes/Reuters (16.fev.2022)
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Árvores caídas e carros destruídos pelas chuvas em Petrópolis (RJ) • Carlos Elias Junior/FotoArena/Estadão Conteúdo
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Ministério da Saúde calcula destruição de locais de atendimento à população em Petrópolis • Tânia Rêgo/Agência Brasil
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Casa e carro são destruídos pelas fortes chuvas em Petrópolis (RJ) • Carlos Elias Júnior/FotoArena/Estadão Conteúdo (17.fev.2022)
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Trabalhos das equipes de resgate em Petrópolis (RJ) • Cleber Rodrigues/CNN (17.fev.2022)
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