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    Rio e UNICEF fazem busca ativa de 25 mil crianças que não voltaram à escola

    Em âmbito nacional, o aumento da evasão escolar em consequência da pandemia pode atrasar o Brasil em duas décadas, segundo o UNICEF

    Sala de aula com distanciamento social no Rio de Janeiro
    Sala de aula com distanciamento social no Rio de Janeiro Foto: Reprodução - 19.out.2020 / CNN Brasil

    Lucas Janoneda CNN

    no Rio de Janeiro

    A prefeitura do Rio de Janeiro em parceria com o Fundo das Nações Unidas para a Infância (UNICEF) tenta localizar pelo menos 25 mil alunos que não retornaram às escolas públicas da capital desde outubro, apesar de estarem matriculados.

    Para além de todo o problema envolvendo à conectividade – já que muitas crianças sequer têm acesso a um computador com rede – o prefeito Eduardo Paes acredita que esses alunos tenham ingressado no mercado de trabalho durante a pandemia de Covid-19 para complementar o orçamento familiar e acabaram abandonando as salas de aula.

    Através de uma plataforma desenvolvida pelo UNICEF, funcionários das secretarias de Educação, Saúde e Assistência Social fazem busca ativa dessas crianças.

    Em âmbito nacional, o aumento da evasão escolar em consequência da pandemia pode atrasar o Brasil em duas décadas, segundo o UNICEF. A pesquisa do Fundo das Nações Unidas para a Infância mostra que mais de 5 milhões de jovens não tiveram acesso à educação no Brasil em 2020 – número semelhante ao que o país tinha há vinte anos.

    Nossas escolas ficaram fechadas por 50 semanas. E a exclusão escolar atingiu sobretudo crianças entre 6 e 10 anos de idade. Dos 5,1 milhões de meninas e meninos sem acesso à educação em novembro de 2020, 41% tinham essa faixa etária. Já 27,8% tinham de 11 a 14 anos e 31,2% tinham mais de 15 anos.

    “Crianças de 6 a 10 anos sem acesso à educação eram exceção no Brasil, antes da pandemia. Essa mudança observada pode ter impactos em toda uma geração. São crianças dos anos iniciais do ensino fundamental, fase de alfabetização e outras aprendizagens essenciais às demais etapas escolares. Ciclos de alfabetização incompletos podem acarretar reprovações e abandono escolar. É urgente reabrir as escolas, e mantê-las abertas, em segurança”, defende Florence Bauer, representante do UNICEF no Brasil.

    Na cidade do Rio, para tentar localizar esses 25 mil jovens que deveriam estar estudando, a busca vem sendo feita a partir de uma plataforma intitulada ‘Busca Ativa Escolar’. O programa permite o acompanhamento das informações sobre cada estudante matriculado na capital fluminense e compartilha as informações com o município.

    “Nós temos cerca de 25 mil alunos que nós observamos que não voltaram ao ensino presencial, quando nós voltamos ao ensino presencial. São crianças que foram para o mercado de trabalho, ou as famílias não estão atentas. Então fizemos uma parceria com a Unicef para a busca ativa além para os próximos anos”, disse Paes à CNN.

    Segundo o secretário municipal de Educação da capital fluminense, Renan Ferreirinha, a prioridade neste momento é reconquistar esses alunos para o próximo ano letivo, bem como garantir a matrícula de quem está fora das escolas.

    Ele afirma que as unidades de ensino precisam ser as primeiras a serem abertas e as últimas a fecharem durante a pandemia de Covid-19.

    “O principal foco é o combate à evasão escolar, fazer com que todos os nossos alunos possam voltar para a escola, um local de aprendizagem, acolhimento, alimentação adequada. Temos que resgatar cada aluno que ficou afastado, principalmente por causa da pandemia”, disse.

    “E o UNICEF tem papel fundamental nisso por meio da sua plataforma, que tem nos ajudado bastante. Sabemos que existem diversos fatores sociais que fazem as crianças abandonarem os estudos, e o período em que as escolas ficaram fechadas piorou muito os índices. Por essa razão, atuamos de forma estratégica para trazer cada um dos alunos de volta.”, completou o secretário de Educação.