Rio de Janeiro deve ficar ao menos uma semana sem vacina e atrasar calendário
Falta de doses acontece enquanto a cidade aguarda uma nova remessa de vacinas de Oxford ou do Butantan
A cidade do Rio de Janeiro deve ter a campanha de vacinação interrompida por pelo menos uma semana pela falta de doses da vacina contra o coronavírus. É o tempo mínimo para chegar uma nova remessa de vacinas de Oxford ou do Butantan. Até terça-feira (23/2), nenhuma dessas vacinas deve chegar ao Rio.
O anúncio de que a campanha seria interrompida foi feito pelo prefeito Eduardo Paes em sua conta no Twitter na manhã desta segunda-feira (15/2). “Recebi a notícia de que não chegaram novas doses. Teremos que interromper amanhã nossa campanha. Hoje vacinamos pessoas de 84 anos e amanhã de 83”, disse Paes.

Atualizado nesse domingo (14/2), o monitor de pessoas vacinadas pelo governo estadual do Rio de Janeiro apontava 370 mil vacinados. Já o da prefeitura da capital fluminense indicava 254 mil vacinados até a tarde dessa segunda (15/2).
No caso do Butantan, a Coronavac segue em produção pelo instituto. Os insumos vindos da China chegaram em São Paulo no dia 3 de fevereiro. O Instituto previu 20 dias para terminar de produzir a primeira leva das 8,7 milhões de doses capazes de serem fabricadas com a matéria prima importada. Internamente, o Butantan estima que vai cumprir o prazo, entregando as doses no dia 23/2 ao Ministério.
Enquanto não entrega as doses fabricadas com insumos também vindos da China, a Fiocruz negocia a compra de mais 2 milhões de doses. A expectativa é que eles cheguem na semana que vem ao Rio, mas ainda precisarão de um dia pra rotulagem e antes de serem recolhidos pela prefeitura do Rio vão para o centro de armazenagem do estado, em Niterói. Ou seja, a menos que a Fundação consiga antecipar o transporte da vacina, não há chances de ela estar nos postos cariocas antes de quarta que vem, dia 24/2.
Ainda havia a expectativa da compra de 30 milhões de doses das vacinas da Índia, a Covaxin, do laboratório Precisa, e da Rússia, a Sputinik V, do Instituo Gamaleya. Mas como essas duas vacinas ainda precisam de autorização para uso emergencial da Anvisa, transporte, rotulagem e distribuição, o cenário mais provável é que o processo só seja concluído no início de março no melhor dos cenários.
Calendário atrasado
O calendário carioca previa que no dia 27 de fevereiro todas as pessoas com 75 anos ou mais tenham sido vacinadas. Com o impasse, a vacinação deve ser concluída pelo menos no dia 6 de março, caso não haja novos agrupamentos do público alvo.