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    Rio cria comitê municipal para definir políticas para refugiados e imigrantes

    Órgão foi criado nesta segunda-feira (14), por decreto do prefeito Eduardo Paes (PSD)

    Stéfano Sallesda CNN no Rio de Janeiro

    Semanas depois da descoberta do assassinato do imigrante congolês Moïse Kabagambe, na Barra da Tijuca, no Rio de Janeiro, a prefeitura anunciou nesta segunda-feira (14) a criação do Comitê Intersetorial de Políticas de Atenção às Pessoas Refugiadas, Imigrantes e Apátridas (COMPAR-Rio).

    A criação do órgão foi oficializada com a publicação de um decreto do prefeito Eduardo Paes (PSD) no Diário Oficial do Município.

    O grupo será formado por secretários de diferentes pastas e membros consultivos, como representantes do Alto Comissariado das Nações Unidas para os Refugiados (Acnur) e a Organização Internacional para Migração (OIM).

    Segundo o decreto, os órgãos participantes terão um prazo de até 30 dias para indicar os membros.

    De acordo com a Acnur, a partir de dados do governo brasileiro, o país abriga cerca de 62 mil refugiados. A maior parte deles, no Sudeste do país.

    Deste total, 49 mil são originários da Venezuela, enquanto outros 300 mil imigrantes estão em processo de reconhecimento do refúgio. O Congo, de Moïse Kabagambe, tem cerca de 1,6 mil cidadãos refugiados no país.

    Porta-voz da Acnur no Brasil, Luiz Godinho destaca que há um estímulo, por parte da agência, da abertura de comitês deste tipo pelo país, e aponta que já havia negociações deste tipo com o município, desde 2014, quando foi criado um comitê estadual, para a abertura de um homólogo carioca.

    “A capital é especificamente onde a maior parte dessa população vive, no âmbito do estado. É um órgão importante, com assento para as principais agências, como a Acnur, a OIM e a Cáritas, que há anos fazem trabalhos importantes nessa área. É claro que casos como o de Moïse Kabagambe impulsionam as ações, mas isso já vinha sendo costurado há um bom tempo”, explica Godinho.

    O órgão responderá organizacionalmente à Secretaria Especial de Cidadania. Coordenador de Direitos Humanos da pasta, Matheus Andrade explica que está em tratativas com o Ministério Público e a Defensoria Pública, ambos do estado, para que componham o colegiado, e aponta alguns desafios imediatos do município no setor.

    “Nós temos o Migra Rio, um protocolo de atendimento de refugiados, que pretendemos atualizar. Nosso objetivo no comitê é reunir o máximo possível de entidades e entes representativos, melhorar os Centros de Referência de Assistência Social (CRAS) e Centros de Referência Especializados de Assistência Social (Creas), especializá-los para atendimento a refugiados, para melhorar o acolhimento”, explica Andrade.

    A Prefeitura do Rio chegou a anunciar a concessão do quiosque onde Moïse Kabagambe foi assassinado à família da vítima, para operação.

    No entanto, declarações do atual ocupante, de que não cederia o espaço, fez com que a família recuasse, por medo. As partes negociam então que a família opere outra unidade da rede, em outro ponto da orla carioca.

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