Rio conclui a vacinação exclusiva de idosos e inicia busca pelos ‘atrasados’
O sábado será dedicado à repescagem; município fará busca ativa de maiores de 60 anos não imunizados
Nessa sexta-feira (23), o Rio de Janeiro chega ao último dia de imunização regular exclusiva para idosos, contra a Covid-19. Na divulgação semanal do Boletim Epidemiológico, a Prefeitura do Rio anunciou ter chegado a taxa de 91,3% de vacinação de maiores de 60 anos com a primeira dose do imunizante. Agora, a Secretaria Municipal de Saúde inicia a corrida para fazer com que os cariocas que estão nessa faixa etária, mas ainda não foram imunizados, sejam convencidos a procurar uma unidade de saúde. O órgão vai iniciar uma busca ativa, que incluirá também pacientes acamados.
O secretário municipal de Saúde, Daniel Soranz, destacou em apresentação realizada no Centro de Operações Rio (COR), na Cidade Nova, que já foram vacinados 1,1 milhão de idosos. Ele celebrou a marca alcançada pela campanha de imunização na cidade, mas disse que o município não pode deixar nenhum idoso sem vacina.
Ele explicou como será o processo a partir de então para localizar os cerca de 100 mil ‘atrasados’: “As unidades de saúde e a prefeitura como um todo iniciam agora uma cruzada para identificar idosos que ainda não se vacinaram. Vamos cruzar os bancos de dados. Agentes de saúde, médicos, profissionais das equipes de saúde da família vão intensificar a busca ativa a todos os idosos acamados, a todos maiores de 60 anos que não se vacinaram. Precisamos da ajuda de todos para convencê-los a se vacinar e para mostrar que a vacina é segura”, afirmou.
A partir de agora, os maiores de 60 anos que ainda não se vacinaram poderão procurar qualquer ponto de vacinação da cidade, independentemente de dia e horário. Não há mais escalonamento para esse grupo. Ainda nesta sexta-feira, Soranz espera receber uma nova carga, com 154 mil vacinas da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz), do imunizante do consórcio formado pela Universidade de Oxford, da Inglaterra, e pelo laboratório anglo-sueco AstraZeneca.
A partir de segunda-feira (26), o município inicia a vacinação de novos grupos prioritários: pessoas com comorbidades listadas, além de gestantes pessoas com deficiência permanente, trabalhadores da saúde, educação, serviços de limpeza urbana, guardas municipais, motoristas e cobradores de ônibus e transporte escolar. Também estão incluídos policiais civis e militares, bombeiros e agentes penitenciários, sempre priorizados por faixa etária.
Com Covid-19, o prefeito Eduardo Paes (DEM) não participou da apresentação pela segunda vez consecutiva. Quem desempenhou o papel de apresentador, geralmente destinado a chefe do Executivo, foi o secretário municipal de Fazenda e Planejamento, Pedro Paulo.
“Os números mostram uma mudança na curva. Ainda que tenhamos 1,4 mil ou 1,5 mil pacientes internados com Covid-19, temos uma redução muito grande de fila de espera por leitos. Esse número já chegou a 800 pessoas, e ontem à noite, quando olhei, eram apenas 30. Há essa segurança na decisão da prefeitura de calibrar as restrições, fazer ajustes, para que a atividade econômica possa voltar aos poucos a uma nova normalidade”, afirmou.
Pontos de vacinação
A prefeitura inaugurou mais um ponto de imunização na cidade, o Espaço Cultural da Marinha. No último sábado (17), os profissionais da educação da rede pública acima de 55 anos já receberam a primeira dose, e, no próximo (24), professores acima de 50 anos poderão se vacinar. A vacinação para pessoas com cormobidades começa no dia 26 de abril.
Atualmente, a cidade do Rio vacinou mais de 1 milhão e 300 mil pessoas com a primeira dose, quase 20% da populaçao carioca. Ao todo, são quase 400 mil pessoas que foram imunizadas com as duas doses.
Nesta sexta-feira (23), a vacinação é destinada a homens com 60 anos, profissionais de saúde com 45 anos, gestantes com cormobidades e às pessoas que receberão a segunda dose. Na quinta-feira (22), o Conselho Regional de Medicina do Estado do Rio de Janeiro (Cremerj) divulgou uma nota na qual defende a vacinação contra a Covid-19 de todas as grávidas no estado do Rio de Janeiro, independentemente de ela ter ou não comorbidades.
Áreas de lazer
Um decreto publicado nesta sexta-feira, no Diário Oficial do município, flexibilizou as restrições que estavam em vigor. Entre as novidades, está a liberação da permanência e banho em praias e cachoeiras, e a permanência em parques públicos. Também foi liberado o estacionamento na orla, e o uso do Aterro do Flamengo, área de lazer na Zona Sul, para a realização de atividades físicas individuais e coletivas — desde que não gerem aglomerações — ao ar livre.
“Esse é um decreto de transição. Nós estamos liberando e pedimos que a população colabore. E se nós percebermos que estão usando o Aterro do Flamengo para piqueniques ou para festas, nós teremos que retroceder com a liberação. Também vale para bares e restaurantes, onde não permitiremos qualquer aglomeração”, afirmou Soranz.
No entanto, as áreas de lazer de vias da orla da Zona Sul, como as avenidas Atlântica, em Copacabana, Vieira Souto, em Ipanema, e Delfim Moreira, no Leblon, seguirão fechadas.
