Rio bate 65% da população vacinada e pode flexibilizar uso de máscaras
Comitê Científico orienta imunização de pessoas entre 59 e 30 anos com a dose de reforço durante o Verão de 2022. Medida é necessária para que não haja aumento do número de casos durante o Inverno do próximo ano
A cidade do Rio de Janeiro atingiu na noite desta segunda-feira (25) a marca de 65% da população imunizada com duas doses ou com dose única. Com isso, a Secretaria Municipal de Saúde (SMS) espera flexibilizar na próxima quarta-feira (27) o uso de máscaras em locais abertos.
“Não dá mais tempo de enviar ao Diário Oficial (devido ao horário). Enviaremos amanhã (26) e o decreto sai na quarta”, disse o secretário municipal de Saúde, Daniel Soranz à CNN.
Para que a flexibilização de fato aconteça é necessário o aval do Governo do Estado. É que no combate à pandemia da Covid-19 prevalecem as medidas mais restritivas.
A Assembleia Legislativa do Rio de Janeiro (Alerj) vota nesta terça-feira (26) um projeto de lei que autoriza o Governo do Estado e as prefeituras a flexibilizar o uso obrigatório de máscara. A votação acontecerá em discussão única. Proposta pelo deputado André Ceciliano (PT), presidente da Casa, a medida recebeu seis emendas que podem alterá-la.
A proposta altera a Lei 8.859/20, que definiu a obrigatoriedade de uso máscaras durante a pandemia, bem como as penalidades por descumprimento. Ao analista da CNN, Leandro Resende, Andre Ceciliano disse que a expectativa no plenário é que o projeto seja aprovado e vire lei até a próxima sexta-feira (29).
Nessa segunda-feira (25), o prefeito do Rio Eduardo Paes enviou dois questionamentos aos membros do Comitê Científico. O primeira, se o município deve manter as etapas de flexibilização das medidas restritivas aprovadas em reuniões anteriores. O segundo sobre quais são as próximas etapas prioritárias na campanha de vacinação para a Covid-19.
À CNN, o infectologista Alberto Chebabo, membro do Comitê Científico de enfrentamento à Covid-19, disse que os membros responderam ao prefeito que o avanço da cobertura vacinal associada à melhoria do cenário epidemiológico permite que o comitê ratifique o planejamento previsto nos encontros anteriores.
“Mas é necessária a manutenção dos leitos de retaguarda. Vamos ter Réveillon e carnaval. A gente não sabe o que pode acontecer. Estamos vendo aumentos na Europa e podemos ter efeito rebote após o Verão. A tendência é que a gente não tenha aumento no número de casos no Verão, mas no Inverno pode acontecer. Vai fechar para abrir de novo? Isso demora cerca de três meses. É tempo que se perde”, questiona.
Chebabo afirma, ainda, que muitas cirurgias eletivas que foram suspensas devido à pandemia, agora estão voltando a ser feitas.
“Lá no início muitas cirurgias eletivas foram suspensas. Agora, estamos com leitos para Covid vazios, mas estamos conseguindo atender essas pessoas”.
Para que não haja aumento no número de casos da Covid-19 durante o Inverno de 2022, o secretário municipal de Saúde do Rio, Daniel Soranz disse à CNN que pretende iniciar a aplicação da dose de reforço em pessoas entre 59 e 30 anos a partir de 2022, ainda no Verão.