Reservatórios da região de Curitiba atingem 49,7% de capacidade após pouca chuva
Governo estuda rodízio severo de água na segunda quinzena de agosto; moradores de Curitiba e região metropolitana já têm suspensão no fornecimento por 36 h


O nível médio dos reservatórios do Sistema de Abastecimento Integrado de Curitiba e Região Metropolitana (SAIC) chegou a 49,7% nesta segunda-feira (2), apontou a Companhia de Saneamento do Paraná (Sanepar). Esse indicador leva a companhia a estudar a possibilidade de implantar um modelo mais rígido de rodízio no fornecimento de água a partir da segunda quinzena de agosto.
Atualmente, moradores de Curitiba e região metropolitana são abastecidos durante 60 horas de forma contínua, com suspensão no fornecimento de água por 36 horas.
A redução no volume de água reservada ocorre devido aos baixos índices de chuvas durante o mês de julho, segundo a Sanepar.
Dados do Sistema de Tecnologia e Monitoramento Ambiental do Paraná (Simepar) mostram que em julho as chuvas foram de 14,6 milímetros, bem abaixo da média histórica deste mês de 92,4 milímetros. Foi quase a metade da chuva de julho de 2020 (26 mm), que já havia sido baixa.
“Esse índice frustrou nossa expectativa de que as chuvas de julho ficariam na média. E os dados meteorológicos não são positivos. Não há previsão de chuvas para esses próximos 15 dias. Estamos fazendo análises técnicas para decidir se será necessário adotar um rodízio mais rígido”, afirmou o diretor de Meio Ambiente e Ação Social da Sanepar, Julio Gonchorosky em nota.
O rodízio de 60 horas por 36 horas passou a vigorar a partir de 15 de março, quando o nível dos reservatórios estava em 60%.
“Poucas chuvas não permitem o armazenamento de água necessário para garantir abastecimento regular. Continuamos vivendo o fenômeno climático da estiagem, então precisamos agir com cautela, assegurando um mínimo de reservação”, destacou.
Economia de água
A Sanepar faz um apelo à população para manter medidas de economia no consumo de água. Nos últimos meses, a economia estava em 15% na média. Em julho, subiu para 18%, informou.
“A crise hídrica em decorrência das mudanças climáticas mostra que não faz sentido desperdiçarmos água no dia a dia. Os novos hábitos de uso consciente deste bem, tão precioso e finito, devem fazer parte de nossa vida.”, disse Gonchorosky.