Reformulação da Lei de Cotas foi importante, mas tímida, avalia reitor
À CNN Rádio, José Vicente, da Faculdade Zumbi dos Palmares, afirmou que pontos de relevância seguem indefinidos
A aprovação do Senado Federal do projeto de lei que reformula a Lei de Cotas foi importante, porém tímida.
Esta é a avaliação do reitor da Faculdade Zumbi dos Palmares José Vicente.
À CNN Rádio, no CNN Plural, o PL fez adaptações que são relevantes, mas deixou pontos de insegurança.
“Por exemplo, ela definiu a ação afirmativa para mestrados e doutorados, mas deixou em aberto o percentual por universidade para este público, que ficará a bel-prazer das instituições”, disse.
Outro fator é a metodologia da autodeclaração.
Segundo ele, havia uma comissão de professores que, diante de casos de possíveis fraudes, “definia, com metodologia, quem era negro ou não.”
“Isso deveria ter sido formalizado pela revisão da lei, para que houvesse alinhamento em todas as universidades federais, em formato único, para não dar insegurança”, completou.
Mesmo assim, José Vicente lembra que, sem a renovação, haveria problemas para a Lei de Cotas continuar, e exaltou a inclusão do jovem da escola pública precarizado do ponto de vista financeiro.
Dessa forma, e com a norma também para quilombolas, “a lei fica um pouco melhor.”
De qualquer maneira, o especialista acredita que “deveríamos ter sido mais ousados.”
Veja mais – Anielle Franco: Lei de Cotas é uma das maiores reparações desse país
Isso porque a evasão nas universidades nos últimos 5 anos é alta, em torno de 40%.
“Com isso, o país e a sociedade tiveram dinheiro perdido em investimento, e não cumpre o objetivo de formar jovem com qualidade”, disse.
Ele defende uma forma mais inteligente e engenhosa para garantir que os jovens fiquem na universidade do começo ao fim, especialmente para garantir a capacidade financeira, com bolsas, por exemplo.
*Com produção de Valentina Cândido