Rede de abuso sexual infantil é alvo de megaoperação em 20 estados e no DF
Segundo investigações, criminosos são responsáveis por produção, armazenamento e compartilhamento de material de exploração sexual de menores
Integrantes de uma ampla rede de abuso sexual infantil foram alvos de uma megaoperação policial deflagrada em 20 estados e no Distrito Federal na manhã desta quinta-feira (31).
Agentes cumpriram 94 mandados de busca e apreensão e um de prisão preventiva nas unidades federativas durante a segunda fase da “Operação Lobo Mau”.
Segundo as investigações, a rede criminosa é responsável pela produção, armazenamento e compartilhamento do material que configura abuso sexual de menores de idade.
A ação desta manhã é resultado de uma investigação conduzida pelo Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco) de São José do Rio Preto.
O promotor do Gaeco, Fábio Sakamoto, informou que os agentes realizaram 35 prisões em flagrante na operação. Além disso, uma pessoa foi presa temporariamente, apontada como produtora do conteúdo ilegal e que contatava os menores de idade para a produção.
As prisões foram efetuadas em diversos estados, incluindo Pará, Pernambuco, São Paulo, Rio de Janeiro, Minas Gerais, Mato Grosso, Mato Grosso do Sul, Paraná e entre outros.
Ele contou que as investigações começaram em abril deste ano, a partir de uma denúncia da prática de pornografia infantil em São José do Rio Preto.
Em grande parte, a apuração foi realizada pela internet, descobrindo trocas de conteúdos criminosos em diversas redes sociais e chats de jogos infantis, que levaram aos produtores dos materiais.
Segundo o promotor, os responsáveis pela produção dos ilícitos estão em todo o país.
Para a investigação, foi estabelecida uma força-tarefa pela Agência de Investigações Internas (Homeland Security Investigations) e pela Embaixada dos Estados Unidos focada no combate à exploração sexual infantil na internet.
O órgão dos EUA monitora constantemente as práticas de abuso de menores em todo o mundo. A comunicação com o Gaeco paulista foi intermediada pela Polícia Federal.
Os conteúdos em questão são classificados como CSAM (Child Sexual Abuse Material). O promotor de Justiça enfatizou que apenas a posse do material de pornografia infantil é considerada crime hediondo.
Dispositivos eletrônicos e outros equipamentos utilizados para a produção e armazenamento do conteúdo foram apreendidos. Todo o material será periciado e analisado para auxiliar nas investigações.
O promotor do Gaeco explicou que agora os agentes irão analisar os aparelhos para identificar os líderes da organização criminosa.
Participaram da operação equipes das Polícias Civis e Ministérios Públicos do Acre, Bahia, Distrito Federal, Goiás, Maranhão, Minas Gerais, Mato Grosso do Sul, Mato Grosso, Pará, Paraíba, Paraná, Pernambuco, Piauí, Rio de Janeiro, Rio Grande do Norte, Rondônia, Rio Grande do Sul e Sergipe. A ação também contou com o apoio das Polícias Militares de São Paulo, Minas Gerais e Mato Grosso.