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    Redação deste ano tem tema típico do Enem, avaliam especialistas

    Candidatos tiveram que elaborar texto dissertativo-argumentativo sobre os "desafios para a valorização de comunidades e povos tradicionais no Brasil”

    Renata Souzada CNN

    em São Paulo

    A redação do Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) deste ano teve como pano de fundo questões relacionadas ao respeito aos Direitos Humanos, típicas da prova desenvolvida pelo Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (Inep), avaliam especialistas ouvidos pela CNN.

    Os candidatos tiveram que escrever um texto dissertativo-argumentativo de até 30 linhas sobre os “desafios para a valorização de comunidades e povos tradicionais no Brasil”. O primeiro dia de provas do Enem acontece neste domingo (13) até às 19h.

    “O tema é bastante abrangente, no sentido de levar o candidato a refletir sobre o outro, olhar para o outro. O que é um perfil de prova muito comum no Enem”, analisa a professora de Linguagens no Cursinho da Poli, Luciane Bernardi.

    O diretor de Ensino e Inovações Educacionais do SAS Plataforma de Educação, Ademar Celedônio, concorda. “É um texto bem no recorte que o Enem gosta de contemplar, que é o respeito aos Direitos Humanos”, explica.

    O professor destaca, porém, que ainda é necessário analisar a coletânea de textos motivadores para entender se a proposta abrange diferentes povos tradicionais, como indígenas, quilombolas e ribeirinhos, por exemplo, ou se houve algum direcionamento mais específico.

    “A valorização de uma comunidade, se vier com vários elementos nesse contexto, pode pegar o aluno. Ou seja, ele está muito preparado para falar de indígenas ou ele está muito preparado para falar de quilombolas, por exemplo, e discorre o texto todo sobre uma única comunidade e não englobe todos os pontos. Isso pode fazer com que o aluno perca pontos na competência três”, explica.

    Sobre possíveis pegadinhas, Luciane se vale das palavras-chaves no tema divulgado pelo Inep. “Esse ‘povos tradicionais’ já dá uma abertura muito grande para pensar nessa diversidade que nós temos. Acredito que seja muito difícil o aluno tangenciar o tema ou pensar em possibilidades muito distantes do que estava sendo colocado como textos motivadores.”

    Para se destacar e garantir uma pontuação alta na proposta de intervenção — exigida pelo Enem na conclusão do texto — a professora cita alguns dos agentes públicos que podem ter sido utilizados pelos participantes.

    “Poderíamos pensar em inúmeras instituições que atuam diretamente para essa valorização e desconstrução de preconceito e estigma e garantia do território. Então a gente tem algumas, como a Funai [Fundação Nacional do Índio], o Ministério do Meio Ambiente, o Ministério do Desenvolvimento Agrário, a Secretaria Executiva de Políticas de Promoção da Igualdade Racial, e, claro, o Ministério da Cidadania, que poderiam ser utilizados pelo candidato como agentes para ser realizada essa proposta de intervenção”, afirma.

    No ano passado, os candidatos tiveram que dissertar sobre “invisibilidade e registro civil: garantia de acesso à cidadania no Brasil”.