Realidade de pessoas autistas é diferente da retratada em filmes, diz especialista
À CNN Rádio, Carla Bertin, CEO da Autismo Legal, explicou que cada autista é único e espectro tem várias nuances
A realidade de uma pessoa no espectro autista é “diferente do que é retratado em filmes”, de acordo com a advogada e CEO da Autismo Legal, Carla Bertin.
Em entrevista à CNN Rádio, no CNN no Plural, ela destacou que, diferentemente da ficção, a ideia de que autistas são sempre gênios ou então que têm deficiência intelectual não é correta.
“A gente não conhece o autismo e quando recebe a notícia de um diagnóstico, isso causa impacto grande, como pais ficamos preocupados com autonomia, independência e vida adulta”, contou ela, que tem um filho no espectro.
“Uma vez que a gente aprende, entendemos que é como um sistema operacional diferente de celular. Os dois funcionam e têm basicamente as mesmas funções, mas se você estiver acostumado com o da Apple, por exemplo, terá dificuldades para entender o Android”, explicou.
Carla conta que, de maneira geral, uma pessoa autista tem diferenças relacionadas à linguagem e comunicação, dificuldade em se expressar e entender os outros, além de ter interesses restritos.
“Quanto antes identificar os sinais, melhor, para começar terapias e ajudar no desenvolvimento, com neuropediatras, por exemplo”, alertou.
De acordo com ela, “o espectro do autismo tem várias nuances, desde o mais leve, com pouco comprometimento, até o com muito, cada autista é único.”
Há quem consiga falar, há quem não, de primeira é difícil saber exatamente como se relacionar, é preciso de mais contato, mas sempre o respeito e o carinho abrem portas.
Carla Bertin
A CEO da Autismo Legal ainda lembrou que autistas têm muitos direitos desde uma lei de 2004 que colocou pessoas com autismo dentro da definição de alguém com deficiência.
“Isso mudou a realidade da comunidade autista, deu acesso a direitos como na área de educação, com acompanhante especializado, adaptação de conteúdo, desconto da passagem aérea para acompanhante, tratamento adequado e intensivo, direito à medicação, desconto na conta de luz, meia-entrada, vaga PCD, entre outros.”