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    Questões do Enem são alvo da oposição e do Centrão em comissões do Congresso

    Parlamentares têm criticado três questões que exploram fatores negativos do agronegócio

    Mayara da Pazda CNN

    Brasília

    O Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) deste ano foi alvo de partidos da oposição nas comissões temáticas do Congresso Nacional.

    Parlamentares têm criticado três questões que exploram fatores negativos do agronegócio no Cerrado, mencionando, por exemplo, a “superexploração dos trabalhadores” e as “chuvas de veneno”; a nova corrida espacial financiada por bilionários, discutindo as perspectivas que ela aponta; e o avanço da cultura da soja e o desmatamento na Amazônia.

    Segundo um levantamento da CNN, com base nos requerimentos apresentados aos colegiados do Parlamento, até mesmo partidos do Centrão e que integram o governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), como Republicanos e PP, questionaram o exame.

    A pesquisa levou em consideração quatro colégios do Congresso que tiveram como alvo o exame nacional. São elas:

    • Comissão de Educação da Câmara;
    • Comissão de Agricultura, Pecuária, Abastecimento e Desenvolvimento Rural da Câmara;
    • Comissão de Educação e Cultura do Senado; e
    • Comissão de Agricultura e Reforma Agrária do Senado.

    No total, foram apresentados nove requerimentos relacionados ao tema entre 6 e 14 de novembro. Oito deles, pedem a convocação do ministro da Educação, Camilo Santana, para esclarecer as questões. Outro pedido requer uma moção de repúdio às questões.

    Entre os pedidos de convocação, três foram aprovados. Todos foram transformados em convite. Ainda não há data para que o ministro compareça aos colegiados.

    Cinco requerimentos foram apresentados por deputados e senadores do Partido Liberal, principal sigla de oposição ao governo dentro do Congresso. Já o Novo protocolou um requerimento pedindo a convocação de Camilo.

    Parlamentares do PP e do Republicanos foram responsáveis por apresentar dois e um requerimentos, respectivamente. As duas siglas têm cargos no primeiro escalão do governo Lula.

    FPA fala em “ideologia” e pede anulação das questões

    Um dia após o primeiro dia de prova, realizada em 5 de novembro, a Frente Parlamentar da Agropecuária (FPA) divulgou uma nota pedindo que o governo explique e anule as questões.

    Na avaliação do grupo, as perguntas “são mal formuladas, de comprovação unicamente ideológica” e permitem “que o aluno marque qualquer resposta, dependendo do seu ponto de vista”.

    A FPA diz ainda que as questões têm “cunho ideológico”, e foram elaboradas “sem critério científico ou acadêmico”.

    “A anulação das questões é indiscutível, de acordo com literaturas científicas sobre a atividade agropecuária no Brasil e no mundo, em respeito à academia científica brasileira”, diz a nota.

    Para a FPA, houve “negacionismo científico” contra um setor que confere “segurança alimentar ao Brasil e ao mundo”. “O setor agropecuário representa toda a diversidade da agricultura: pequenos, médios e grandes. Somos um só e não aceitaremos a divisão para estimular conflitos agrários”, diz o documento.