Quem era o rapper encontrado morto no interior de SP
Artista lutava contra o agravamento de um transtorno mental crônico; causa da morte não foi revelada
O rapper Leonardo Irian foi encontrado morto na última quinta-feira (16) dentro de uma casa em São José dos Campos, no interior de São Paulo. O artista sofria com histórico familiar e quadro diagnosticado de esquizofrenia.
A causa da morte de Leonardo ainda não foi esclarecida. Segundo a Secretaria de Segurança Pública, uma equipe do Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu) foi acionada e chamou a Polícia Militar após constatar o óbito.
O corpo do cantor foi velado na manhã da última sexta-feira (15). O sepultamento aconteceu no cemitério Padre Rodolfo, no centro de São José dos Campos.
Rimas, rap e crises
O integrante do grupo Síntese, Leonardo Irian lutava contra o agravamento de um transtorno mental crônico.
A morte de Léo tem repercutido nas redes sociais. Alguns dos principais artistas da cena hip hop manifestaram pesar pela morte do compositor. O perfil Rap Nacional Official no Instagram lamentou o caso.
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No perfil do grupo Síntese no Youtube, um amigo, identificado como Neto, revela o drama e os desafios que viveu ao lado do companheiro, que desde 2012 passou por diversas crises por conta de um quadro de esquizofrenia. Nas redes sociais, os amigos aparecem juntos ainda na infância, compartilhando os microfones. Veja o registro:
Em um dos vídeos que fala sobre o assunto, intitulado de “Precisamos falar sobre esquizofrenia”, um dos integrantes do grupo fala sobre como o tema passou a pautar o grupo, desde a relação entre os integrantes, profissional e pessoal, como passou a ser uma “bandeira” das mensagens em letras compostas pelo grupo, sendo inclusive, uma demanda dos fãs.
“Nosso conhecimento disso foi extremamente empírico, na prática, sabe? Foi uma coisa que caiu no nosso colo, ali em 2012, o Léo começou a aflorar os sintomas da esquizofrenia, que é uma parada hereditária de família dele”, revela Neto.
Em um episódio das crises do artista, Neto revela que, ao desconfiar que seria internado por medida judicial, decidiu fugir e foi andando de São José dos Campos até a capital paulista, cerca de 100 quilômetros.
O grupo lançou um álbum em 2020, chamado “Ambrosia” que tem com temática a experiência de seus integrantes com a esquizofrênica. Ao longo dos últimos 12 anos, Léo teve de pausar suas atividades artísticas para ser internado, em busca de tratamento para doença.
“Eu acredito que o disco é uma grande luta para essa reinserção na sociedade do Léo, voltar às atividades do rap”, afirma.