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    Quem é o N do LGBTQIAPN+?

    Nesta sexta (14), é o dia internacional das pessoas não binárias. Data quer dar mais visibilidade e entendimento a essa identidade de gênero.

    Letícia Vidicada CNN

    Você já deve te reparado que, nos últimos tempos, novas letras têm sido inseridas na sigla LGBTQIAPN+. E, muito provavelmente – caso não faça parte da comunidade – deve ter se questionado sobre o significado delas. E, em específico, uma tem ganhado muita notoriedade e também gerado algumas dúvidas sobre o que ela representa.

    Afinal, o que é o N da sigla LGBTQIAPN+?

    O N da questão diz respeito às pessoas não binárias. E representa cerca de 2% da população adulta brasileira, de acordo com um levantamento feito em 2021 pela Faculdade de Medicina de Botucatu – FMB da Universidade Estadual Paulista (UNESP).

    Estamos falando de mais de 4 milhões de pessoas no país que não se identificam nem 100% como mulher e nem 100% como homem. É a chamada “não-binariedade”.

    “A pessoa não binária é um guarda-chuva para várias identidades de gênero. Ela pode não se identificar como homem ou mulher e pode fluir entre os dois gêneros entre homem e mulher.”. É o que explica Luê Stracia, pessoa não-binária e analista de diversidade no Alicerce Educação em entrevista dada ao CNN Plural na CNN Rádio desta quinta (13).

    Vamos lá: todos nós nascemos com um determinado sexo biológico – homem ou mulher. E, ao longo da vida, podemos ou não nos identificar com ele. E aqui estamos falando da identidade de gênero. Como você se vê e como você se entende?

    Há quem não se entenda e não se identifique com o seu sexo de nascimento e daí são consideradas pessoas transgênero. E é isso que faz com que a não-binariedade seja considerada uma forma de transexualidade. Pessoas não-binárias podem não se identificar com o seu sexo biológico e, por isso, navegam também como pessoas trans.

    E, se você é daqueles que acha que isso é coisa de gente nova ou dos ‘modernismos’ da sociedade, para tudo! Historicamente, já se sabe hoje que alguns povos na Antiguidade, como alguns dos povos originários, já se identificavam com a não-binariedade. Mas, sim, o N da questão vem sendo falado e inserido há menos tempo por aqui. Porém, finalmente, não é mais uma pessoa invisível para a sociedade. Em alguns estados brasileiros, como Rio de Janeiro e Rio Grande do Sul, pessoas não-binárias já podem identificar o gênero no RG, por exemplo.

    Outra forma presente de inclusão tem sido pela língua: a chamada linguagem neutra. Todes, elu/delu… pronomes que você já deve ter lido ou ouvido por aí e que dizem respeito ao gênero neutro e como forma de respeitar essas individualidades. Apesar de ainda gerar muita discussão e não ter sido ainda totalmente inserido na língua portuguesa, já vem sendo muito usado por quem se identifica como não-binário ou por quem já entendeu que é preciso ser neutro para incluir todo mundo.

    E incluir, aumentar a visibilidade e a conscientização sobre outras identidades e expressões de gênero é o que se quer nesse dia 14 de julho, dia internacional das pessoas não-binárias.

    Afinal, cada vez mais entendemos que o mundo não é feito apenas de dois lados, dois polos, dois gêneros… tem muito mais lados nessa história e temos que respeitar todo mundo. Fica a dica a todas, todos e todes!

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