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    Queimadas no Pantanal aumentam poluição na cidade de São Paulo

    Cinzas e poeiras são trazidas pelo vento; Ipen diz que a camada de poluição que a cidade registra neste período do ano aumentou de 1.500 para 2.800 metros

    As queimadas no Pantanal estão aumentando a poluição na cidade de São Paulo. A informação é do Instituto de Pesquisas Energéticas e Nucleares (Ipen). 

    De acordo com o levantamento dos técnicos, a camada de poluição que a cidade geralmente registra neste período do ano passou de 1.500 para 2.800 metros.

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    Vista do céu da capital paulista
    Vista do céu da capital paulista
    Foto: CNN (16.set.2020)

    No último final de semana, a fumaça das queimadas causou chuva com coloração escura e assustou moradores de São Francisco de Assis, no interior do Rio Grande do Sul.

    À CNN, o pesquisador Eduardo Landulfo, do Ipen, afirmou que “há evidências do transporte do Pantanal como também do interior do estado”. 

    “Nós reiniciamos hoje as nossas medidas, que havíamos identificado faz dois dias, e vamos checar novamente. É uma camada em 4km, que desconfiamos que esteja vindo da região do Pantanal, mas ainda vamos confirmar”, explicou.

    “É um transporte por massas de ar em diferentes níveis. Hoje estamos vendo nível em 4 km, mas às vezes as origens são distintas – ou das regiões do interior do estado ou do Centro-Oeste”, completou.

    De acordo com o pesquisador do Ipen, a fumaça que é transportada pelos ventos acaba “descendo por onde passa” e acumulando na poluição da cidade. 

    Com isso, a qualidade do ar fica prejudicada e deve melhorar apenas com chuva por vários dias. “Isso é necessário”, acrescentou.

    Previsão

    Com o tempo seco e sem chuva há quase um mês, a capital paulista registrou a maior temperatura do ano – 34,1°C – no último sábado (12).

    De acordo com o técnico em meteorologia Adilson Nazário, do Centro de Gerenciamento de Emergências Climáticas da prefeitura de São Paulo (CGE-SP), em entrevista à CNN, a previsão é de chuva a partir do dia 20 na capital paulista.

    Explicação

    À CNN, o físico Edmilson Dias de Freitas, professor do departamento de Ciências Atmosféricas da Universidade de São Paulo (USP), explicou, nesta quarta-feira (16), que o aumento da poluição “faz parte do escoamento natural da atmosfera no Brasil”. “Traz todo o material e a umidade, mas eventualmente vai trazer também poluentes”, disse. 

    “Temos a contribuição mais baixa dos veículos e outras fontes, e, em níveis mais altos, essa parcela que vem de outras regiões. No final, isso acaba se misturando e temos uma camada poluída muito mais extensa na vertical”, apontou.

    De acordo com Freitas, esse aumento da poluição é perceptível a olho nu e nos efeitos à saúde, por exemplo. Ele ressaltou que “a chuva contribui bastante para a remoção desses poluentes da atmosfera. É sempre bem-vinda nesses casos”, concluiu.

    Situação no Pantanal

    Segundo a plataforma de monitoramento de focos de incêndio do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe), o Mato Grosso do Sul já acumula 7.493 pontos de queimadas em 2020, até o dia 13 de setembro.

    Nesta terça-feira (15), o ministro do Desenvolvimento Regional, Rogério Marinho, adiantou que o governo federal vai anunciar liberação de R$ 3,8 milhões ao Mato Grosso do Sul para o combate às queimadas no Pantanal. A informação foi divulgada à colunista Renata Agostini, da CNN.

    A expectativa é que também haja um anúncio específico para o Mato Grosso, que também foi afetado pelas queimadas. 

    De acordo com decreto assinado pelo governador do MS, Reinaldo Azambuja (PSDB), o fogo já atingiu todos os municípios do estado. Além disso, houve aumento de atendimentos nos postos de saúde em decorrência de problemas respiratórios. A área atingida já ultrapassa de 1.450.000 hectares.

    (Edição: André Rigue)