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    Queda de helicóptero: com localização de celulares, polícia mudou estratégia de buscas e encontrou aeronave

    Helicóptero havia desaparecido no dia 31 de dezembro, quando fazia um voo de São Paulo para Ilhabela

    Renan FiuzaFábio Munhozda CNN , Em São Paulo

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    A localização dos sinais emitidos pelos telefones celulares das quatro vítimas do acidente com o helicóptero de prefixo PR-HDB ajudou as equipes da Polícia Militar nas buscas pela aeronave, que estava desaparecida desde o dia 31 de janeiro. Os destroços foram localizados na manhã desta sexta-feira (12) em uma área de mata em Paraibuna, no interior de São Paulo. Não houve sobreviventes.

    O delegado Paulo Sérgio Rios Campos Melo, diretor do Departamento de Operações Policiais Estratégicas (Dope), da Polícia Civil de São Paulo, explica que os investigadores pegaram os sinais dos aparelhos das quatro pessoas e tentaram estabelecer um ponto que correspondesse à localização da aeronave.

    Campos Melo explica que houve grande dificuldade para encontrar a área porque os celulares não emitiram uma localização exata. O que foi possível definir foi a localização da antena que captou o sinal dos aparelhos. O helicóptero acidentado não possuía localizador ou caixa-preta.

    “Para a nossa surpresa [a área onde a aeronave poderia estar], era mais de 12 quilômetros em linha reta”, explica o delegado.

    Outro problema foi o fato de que somente uma antena captou os sinais. “Não era possível fazer uma triangulação. Não existiam três antenas para a gente pegar a interseção. Foi um trabalho de inteligência.”

    O diretor do Dope informa que, somente na última quinta-feira (11), houve condição climática favorável para que o helicóptero Pelicano, da Polícia Civil, sobrevoasse essa região para fazer uma “apuração técnica”.

    Na quarta-feira (10), a concessionária Tamoios enviou às autoridades um vídeo de uma imagem captada por uma câmera no km 58 da rodovia, em Paraibuna, que mostrava uma aeronave voando baixo que poderia ser o PR-HDB.

    “Não foi fácil. Até porque, para a gente estabelecer um limite de onde é o alcance daquela antena, a gente teria que estar voando na mesma altura daquele helicóptero, velocidade, o tipo do aparelho a bordo, para mensurar o alcance”, disse.

    Após essa apuração, a Polícia Civil passou os dados para a Polícia Militar, que mudou a estratégia de buscas.

    “Esse trabalho de inteligência da Polícia Civil, essa delimitação, ajudou bastante. Isso proporcionou à PM fazer uma condição de voo diferente: a gente resolveu fazer uma tática de voo mais baixo, mais devagar, em quadrantes, dentro da delimitação passada pela Polícia Civil. Isso facilitou imensamente o encontro”, explica o coronel Ronaldo Barreto de Oliveira, chefe do Comando de Aviação da Polícia Militar de São Paulo.

    O coronel Barreto afirmou, em entrevista coletiva, que o clima na região, o tipo de terreno e a cor escura do equipamento desaparecido dificultaram ainda mais as buscas. “Aliado a isso, as informações [que a polícia recebia] eram divergentes. O 190 e o 193 da PM recebiam mais de 100 ligações dando conta de localização e avistamento. A gente trabalhou com essas informações. A grande maioria a gente foi ao local indicado pelos solicitantes”, acrescentou.

    O helicóptero PR-HDB era pilotado por Cassiano Tete Teodoro, 44 anos. Também estavam no voo o empresário Raphael Torres, 41, a comerciante Luciana Rodzewics, 46, e a filha dela, Letícia, 20.

    Após a localização dos destroços, a polícia tenta agilizar o resgate dos corpos. A liberação só será feita após a realização de perícia da Força Aérea Brasileira (FAB) e da Polícia Científica.

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