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    Queda de avião da Voepass: o que sabemos sobre as investigações

    Acidente em Vinhedo (SP) deixou 62 mortos na última sexta-feira (9); suspeita é de formação de gelo

    Beto Souzada CNN São Paulo

    Uma semana após a queda do avião da Voepass, que estava a caminho de São Paulo vindo de Cascavel (PR), e caiu por volta das 13h30 em Vinhedo, segue repercutindo acerca das investigações que explicarão as causas da tragédia.

    As investigações são conduzidas pela Força Aérea Brasileira (FAB), através do Centro de Investigação e Prevenção de Acidentes Aeronáuticos (Cenipa), e envolve também a Polícia Civil de São Paulo, além da Polícia Federal (PF). Saiba o que se tem de informações sobre o acidente aeronáutico em Vinhedo (SP) que matou 62 pessoas.

    Informações sobre o acidente

    O passo a passo da investigação sobre a queda do avião da Voepass envolve trabalhos dos investigadores que pode demorar meses. O processo passa por diversas etapas de perícia, elaboração e apresentação de relatório, além de avaliação de causas e responsabilidades.

    O Cenipa informou que os investigadores recuperaram 100% das caixas-pretas do avião, que contém gravações de voz e dados de voo, e um relatório preliminar deve ser apresentado em 30 dias. O gravador de voz da cabine do avião (Cockpit Voice Recorder) e o gravador de dados de voo (Flight Data Recorder) foram encaminhados ao Laboratório de Leitura e Análise de Dados de Gravadores de Voo em Brasília.

    A PF aguarda a produção de laudos sobre o local da queda da aeronave, para iniciar as oitivas com funcionários da empresa e testemunhas de pessoas que presenciaram o acidente.

    Informações sobre as vítimas

    O Instituto Médico Legal (IML) de São Paulo finalizou, nesta quarta-feira (14), a identificação dos 62 corpos das vítimas do acidente.

    O Superintendente da Polícia Técnico Científica do Estado de São Paulo afirmou, em entrevista coletiva na manhã de quinta-feira (15), que a posição em que os corpos das vítimas foram encontrados demonstra que os passageiros devem ter sido alertados pela cabine de comando sobre uma iminente queda.

    De acordo com Claudinei Salomão, essa possibilidade – que só deve ser confirmada pelo laudo preliminar que será emitido pelo Cenipa – surge pelo fato de que grande parte dos corpos foi encontrada abraçando as pernas, com a cabeça baixa.

    Os passageiros morreram de politraumatismo, com as queimaduras sendo secundárias aos traumas, de acordo com informações divulgadas na entrevista coletiva da Polícia Científica. A instituição disse que é muito provável que nenhuma das 62 vítimas tenha enfrentado qualquer tipo de sofrimento.

    Informações sobre o avião

    As informações sobre as condições do avião da Voepass passam por regulações e problemas anteriores de funcionamento.

    O avião operava com autorização para deixar de gravar oito informações de voo na caixa-preta da aeronave. A companhia aérea era autorizada por uma licença temporária de 18 meses concedida pela Agência Nacional de Aviação Civil (Anac), deferida em 1° de março de 2023.

    Durante uma coletiva de imprensa realizada no dia do acidente, os representantes da Voepass afirmaram que a aeronave modelo ATR-72, possuía uma sensibilidade maior ao gelo.

    “A aeronave tem características de voo que a tornam um pouco mais sensível em situações de gelo. Nenhuma hipótese é descartada nesse momento. O Cenipa já está em ação e nós estamos lado a lado para prover todas as informações e participando ativamente das investigações”, disse Marcel Moura, diretor de operações da Voepass.

    A formação de gelo nas asas da aeronave tem sido uma das hipóteses levantadas por especialistas que poderiam explicar a queda da aeronave. O Ministério Público do Trabalho (MPT) informou que irá investigar a responsabilidade da empresa Voepass no acidente aéreo.

    Uma ventania pode ter sido decisiva para queda de avião, de acordo com um estudo realizado pelo Laboratório de Análise e Processamento de Imagens de Satélite (Lapis), da Universidade Federal do Alagoas (Ufal).

    O estudo indica que a aeronave entrou em “estol”, quando o avião mergulha no sentido oposto, contrapondo-se ao jato frontal de ventos vindos do oeste, para pegar impulso e recuperar a potência. Foi quando o vento passou a atingir a frente da aeronave e ela perdeu sustentação, culminando na queda.

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