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    Quase metade das crianças fora da escola no país tem entre 6 e 10 anos

    Dos afetados, a maior proporção é entre indígenas e moradores do Norte do Brasil

    Daniel Corrá, da CNN, em São Paulo

    Quase metade das crianças que não frequentaram aulas no Brasil, no fim do ano passado, tinham entre 6 e 10 anos, de acordo com um novo estudo do Unicef em parceria com o Cenpec Educação.

    O relatório, divulgado nesta semana, também aponta que um terço de todas as crianças e adolescentes afetados pela exclusão escolar estão no Norte do país. Do total, a maior proporção é para indígenas.

    Entre as crianças sem atividade escolar, 41% delas têm entre 6 e 10 anos. Já crianças e adolescentes de 7 a 14 anos, correspondem a 31,2%. Adolescentes de 15 a 17 anos são 27,8%. Os dados foram consolidados a partir de dados do IBGE.

    A estimativa é que 5 milhões de crianças e adolescentes enfrentam essa situação no país – o que corresponde a 13,9% da faixa etária. O maior índice é na região Norte, com 28,4% de estudantes sem atividades, e no Nordeste, com 18,3%. Em seguida, aparecem Sudeste (10,3%), Sul (8,5%), e Centro-Oeste (5,1%).

    “A precariedade das condições de vida nessas regiões [Norte e Nordeste], em especial nas áreas mais isoladas, informa sobre a urgência de se organizarem iniciativas que permitam romper com a falta de acessos. Destaca-se também a inversão da exclusão escolar nas regiões mais ricas do país, onde as populações em áreas urbanas são proporcionalmente mais atingidas”, afirma trecho do documento.

    Desigualdade racial

    A desigualdade racial também é destacada no levantamento consolidado pelo Unicef. Em todo o país, 34,1% das crianças e adolescentes que não frequentaram escola no fim de 2020 são indígenas. Outros 18,5% são pretos e 16,7% são pardos.

    Soluções

    Entre as soluções para enfrentamento da exclusão escolar, o documento aponta ao menos cinco ações: a busca ativa de crianças e adolescentes, num esforço para que consigam começar ou retornar à escolarização; a organização de campanhas públicas para realização de matrículas; a garantia de acesso à internet aos estudantes; a mobilização e apoio aos profissionais que atuam na área para fortalecer o acompanhamento escolar, buscando a redução do abandono; e a ampliação de políticas públicas voltadas para proteção integral da criança e adolescente.

    “As recomendações (…) pretendem contribuir para a tomada de decisão de gestores e profissionais da educação, bem como de outras áreas que atuam na garantia de direitos de crianças e adolescentes, e ser uma convocação a toda a sociedade, de modo que todos estejam engajados para que cada criança e cada adolescente esteja na escola, aprendendo”, reforça o Unicef.