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    “Quando prende, no outro dia solta”, diz comerciante sobre ladrões no centro de SP

    Joseph Riachi, presidente da União Comercial de São Paulo, não vê solução de curto prazo para a região

    Carol RaciunasGuilherme Gamada CNN

    Em entrevista à CNN nesta quinta-feira (7), o presidente da União Comercial de São Paulo, Joseph Riachi falou sobre a criminalidade no centro da cidade: “Quando prende, no outro dia solta. Promessas tem muitas, mas soluções, nenhuma”, relata.

    “Acho incrível como o pessoal não se dá conta da importância da região e deixa isso acontecer. Temos que esperar acontecer para mandar policiamento, tá um pouco fora do contexto a ação do governo”, afirma o comerciante.

    Segundo Joseph, com o cenário de criminalidade, mais de 30% dos comerciantes largaram seus estabelecimentos no entorno de Santa Efigênia, “temos ruas praticamente fantasmas”.

    “Os usuários da cracolândia já estão aqui há aproximadamente 30 anos e o governo tenta esconder certos dados. Todos os governos tiveram oportunidade de fazer alguma coisa aqui em São Paulo, eu não vi nenhum fazer nos 30 anos”, comenta.

    Para o comerciante, é difícil enxergar solução a curto prazo. “Tá na hora de se dar uma solução para isso. A gente não vê nenhum cronograma de nenhum dos governos que tenha começo, meio e fim”.

    Joseph percebe um aumento de policiamento na região, mas considera uma opção “arcaica”. “O município tem em torno de 20 mil homens da Polícia Militar. Aqui na região, tem 10% disso. Ou seja, 18 mil homens cuidam de 12 milhões de pessoas e 1.500 homens não conseguem cuidar de 2 mil pessoas”.

    “O que a gente pede: se depender da imagem e do resultado, mais da metade já estaria fora daqui hoje. Temos que manter esse polo ativo, o polo da Santa Efigênia é o maior polo eletroeletrônico da América Latina e mesmo assim não se dá valor”, afirma o comerciante.

    O presidente da União Comercial de São Paulo conta que a associação faz reuniões frequentes para pensar em soluções. “Fizemos vários programas, inclusive do tratamento dos drogados. A gente já ofereceu emprego para toda pessoa que sai da Cracolândia. Fazemos tudo que pode como sociedade e comércio, o que a gente não vê é o outro lado sendo tão honesto quanto diz ser”.

    O que diz a Secretaria de Segurança Pública

    A Secretaria de Segurança de São Paulo disse que reforçou o policiamento na região no início de 2023 e que mais de 5 mil criminosos foram presos no centro da cidade somente este ano.

    Veja o posicionamento completo da pasta:

    “A região central é uma das prioridades da SSP, e desde o começo do ano o policiamento foi reforçado com 120 policiais militares que atuam diariamente na Operação Impacto-Centro, com a Operação Resgate e AC35 da Polícia Civil e com a atividade delegada.

    Além disso, a SSP passou a realizar, desde setembro, o tornozelamento de infratores soltos em audiência de custódia na Capital e assinou um Termo de Cooperação com o Poder Judiciário que facilitará a identificação e comunicação, pelos policiais ao Poder Judiciário, dos criminosos que descumprem as condições de penas ou medidas alternativas nas ruas do Estado.

    Desde julho, já foram identificados e comunicados ao Poder Judiciário mais de 250 casos na região central. Este reforço resultou no aumento das prisões e apreensões neste ano em relação ao ano passado.

    De janeiro a outubro deste ano, as polícias prenderam 5.455 criminosos na região central (aumento de 28%), apreenderam 114 armas de fogo (aumento de 39%) e 1,5 tonelada de drogas (aumento de 244%).

    Em relação aos crimes praticados, o aumento das ações e presença policial resultou na reversão de seguidas altas em 2022 para quedas em roubos e furtos desde abril deste ano. Em toda a região central, as quedas de 6% de furtos e de 15% de roubos desde abril resultaram em 4856 vítimas a menos de roubos e furtos quando comparados aos crimes registrados no mesmo período do ano passado.”

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