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    Quadrilha que teria desviado R$2 milhões em cargas é alvo de operação no RJ

    O desvio das cargas tinha a participação dos motoristas; polícia cumpre sete mandados de prisão

    Isabelle Salemeda CNN

    Uma quadrilha que teria causado, em um ano, um prejuízo de R$ 2 milhões a transportadoras de cargas é alvo de uma operação da Delegacia de Roubos e Furtos de Cargas (DRFC), nesta quarta-feira (27). A ação acontece na Baixada Fluminense. 

    Para a Operação “Rota Burlada”, tinham sido expedidos sete mandados de prisão e dez de busca e apreensão, em Belford Roxo, São João de Meriti e Duque de Caxias, na Baixada Fluminense. No entanto, duas pessoas foram detidas em flagrante, chegando a nove o número de presos.

    Na ação, os agentes encontraram farta quantidade de mercadorias desviadas das empresas nos endereços visitados. Em uma casa havia até uma câmara frigorífica usada para armazenamento de produtos perecíveis que eram roubados. Um caminhão que era usado para o transbordo das cargas foi apreendido.

    Segundo as investigações, chefiadas pelo delegado Fabio Asty, o grupo criminoso é especializado em desvio de cargas de transportadoras. De acordo com a Polícia Civil, uma transportadora informou que, em janeiro desse ano, um de seus motoristas teria retirado uma carga de alto valor da empresa e não a entregou aos destinatários. A partir daí, foi realizada auditoria interna que constatou que outros funcionários tinham agido da mesma forma. 

    Depois de o fato ser comunicado à DRFC, os policiais descobriram a existência de um grupo criminoso dos municípios de São João de Meriti e Belford Roxo, na Baixada, que aproveitava a fragilidade no processo de contratação de motoristas parceiros para efetuar os crimes. A quadrilha fazia cadastros de candidatos utilizando telefones e comprovantes de residências falsos. Após aprovação junto à empresa, a quadrilha dava início à ação criminosa. 

    A investigação revelou que os motoristas deixavam de transportar as cargas para seus destinos, levando para pontos pré-determinados pelo grupo, onde essas mercadorias eram pulverizadas. Os terceirizados retornavam à empresa com os recibos falsos de entrega das mercadorias. Após algum tempo, os compradores entravam em contato com a transportadora alegando não ter recebido o material. 

    Quando perguntados, os motoristas alegavam que tinham efetuado a entrega, porém não voltavam a atender as ligações. Em outros casos, alegavam que tinham sido roubados e faziam falsos registros de ocorrências em delegacias. Segundo apurado, os motoristas recebiam entre R$ 500 e R$ 1 mil, dependendo da quantidade de carga desviada, para participar do golpe. 

    A quadrilha preferia carregamento de alimentos e produtos de baixo valor agregado, que não costumam ter rastreador e são de fácil distribuição. Esses produtos eram vendidos para comerciantes de pequenos estabelecimentos ou de feiras, como as de Acari, Honório Gurgel, São Cristóvão e Jardim América. 

    Cinco integrantes do grupo criminoso já haviam sido presos, o que motivou o aliciamento de novos motoristas para o esquema. Eles vão responder por estelionato, receptação, associação criminosa e falsidade ideológica. As investigações prosseguem para identificar outros envolvidos com a quadrilha, além das pessoas que adquiriram essas mercadorias. 

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