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    Produção da ciência no Brasil registra queda pela primeira vez, aponta pesquisa

    À CNN Rádio, Fernanda Sobral, vice-presidente da Sociedade Brasileira para o Progresso da Ciência, disse estar otimista, porém, com a volta de iniciativas que fomentam a ciência

    Amanda Garciada CNN

    Uma pesquisa divulgada nesta segunda-feira (24) apontou que o Brasil registrou, pela primeira vez, uma queda na produção de artigos científicos no ano de 2022, quando comparado com 2021.

    Outros 23 países também tiveram redução na ciência.

    No caso brasileiro, o decréscimo foi de 7,4% na publicação de artigos.

    Os dados constam no relatório da Elsevier-Bori, que analisou todos os 51 países que publicaram mais de 10 mil artigos.

    À CNN Rádio, a vice-presidente da Sociedade Brasileira para o Progresso da Ciência Fernanda Sobral apontou que há “uma explicação clara” para os números brasileiros.

    “A pesquisa coloca as perdas da Ucrânia e do Brasil como as maiores e nós não tivemos um conflito armado como os ucranianos, mas enfrentamos uma ‘guerra contra a ciência’”, disse.

    Segundo ela, nos últimos anos “houve desvalorização, falta de investimento, contestação de resultados científicos.”

    Tudo isso “trouxe prejuízo grande.”

    “A ausência de política de fomento à ciência” também foi um fator apontado por Fernanda.

    Ao mesmo tempo, o governo federal reajustou, na semana passada, bolsas de pesquisa em até 94%.

    Isso é importante, de acordo com a especialista, para evitar a “fuga de cérebros para outros países” e “a não atração pela carreira científica.”

    Outro ponto foi o não contingenciamento do Fundo Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico.

    “Vivíamos há anos com esse contingenciamento” e mudar isso é importante.

    Fernanda também vê com bons olhos a preocupação do governo federal de “atrair e repatriar talentos”.

    “Estou otimista, só o fato de ocorrer aumento das bolsas já é positivo, mas não adianta ter bolsa sem infraestrutura para pesquisa, e ontem foi anunciada a volta do Proinfra (Pró-Reitoria de Infraestrutura e Gestão), que cuida justamente da infraestrutura de pesquisa”, completou.

    *Com produção de Isabel Campos

     

     

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